O planeta está cada vez mais pequeno para tanta gente

O planeta não está a encolher mas parece: desde 1800 que a população não para de crescer e a sobrelotação coloca o planeta inteiro em risco
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"Espera-se que a nossa população cresça para 10 mil milhões até ao final do século, mas o tamanho da Terra mantém-se o mesmo". Esta é a mensagem de um vídeo da organização não-governamental Population Connection, que mostra a evolução da população ao longo dos tempos e alerta para os efeitos prejudiciais da sobrelotação do planeta.

"As capacidades do planeta Terra para providenciar espaço, produzir comida e energia são limitadas", como é explicado no site World Population History, criado pela Population Connection, que pretende sensibilizar as pessoas para os riscos relacionados com a sobrelotação. É que a população não para de crescer exponencialmente desde os anos 1800.

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No vídeo, é mostrado o aumento de pessoas por região e ao longo do tempo, desde o ano 1, e com previsões até 2050. Cada ponto amarelo que surge no mapa corresponde um milhão de pessoas e, a dada altura, algumas zonas aparecem totalmente pintadas desta cor.

No mapa é mostrado como alguns marcos históricos afetaram a demografia: a peste negra apagou muitos dos pontos amarelos que tinham surgido na Europa, por exemplo, e a revolução industrial trouxe muitos mais pontos amarelos do que os que foram apagados pelas guerras mundiais.

O site mostra ainda aspetos diferentes da vida humana que influenciaram o aumento da população. Grandes acontecimentos no ambiente, agricultura, saúde, ciência e tecnologia e sociedade que tiveram fortes efeitos na população estão assinalados no mapa interativo. Estão assinalados, por exemplo, os descobrimentos e a invenção da imprensa, que permitiram divulgar mais informações, as grandes guerras e a invenção de curas para várias doenças

O professor sueco Hans Rosling conta no canal do Youtube Gapminder que, quando a agricultura foi inventada, o mundo tinha cerca de 10 milhões de pessoas, ou seja, o mundo tinha tantas pessoas como tem hoje Portugal, mas menos do que algumas cidades atualmente, como Xangai, Istambul, Moscovo e São Paulo.

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Hans Roling afirma, no entanto, que o crescimento populacional deve abrandar após 2100, pois, apesar de as pessoas continuarem a viver durante mais tempo, espera-se que as mulheres tenham cada vez menos filhos.

A Population Education testou vários cenários sobre a evolução da população, conforme os níveis de natalidade. Caso os níveis da fertilidade se mantenham como o previsto, o número de seres humanos na Terra em 2100 será 11,28 mil milhões. Se a natalidade diminuir ou aumentar 0,5, o número passa para 7,6 e 16,5 mil milhões de pessoas, respetivamente.

A organização afirma que todos podem ajudar a combater o problema da sobrelotação, consumindo menos recursos, pois em 2050 o mundo estará bastante mais amarelo.

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Em países como Portugal, no entanto, os cenários vão na direção oposta. Um relatório das Nações Unidas de 2010 afirmava que a população portuguesa atingiria o pico em 2015 e, entre 2045 e 2075 perderia entre 58 e 72 mil pessoas a cada cinco anos. O relatório World Population Prospects de 2015, que reúne dados e previsões demográficas mundiais, prevê que, em 2050, Portugal tenha 7,4 milhões de pessoas. A entrada de imigrantes e o aumento da esperança média de vida parecem não ser suficientes para combater o envelhecimento da população e a baixa natalidade.

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