O pianista e a soprano: um encontro na altura certa
Quem os ouve, nota uma quase predestinação: "a nossa aproximação deu-se no timing correto" (Elisabete Matos/EM) ou "aconteceu na altura certa em que tínhamos algo a partilhar um com o outro" (Artur Pizarro/AP). Esta noite, essa partilha alargar-se-á ao público que os for escutar, a partir das 21.00, no Teatro São Carlos.
Mas desengane-se quem nisto vir um casamento recente: "a primeira vez que atuámos juntos foi em 1996 ou 1997, no São Luiz", relembram-nos. Mas o impulso decisivo terá vindo do recital no Festival de Sintra, em 2014 - "todo ideia da Elisabete" (AP) -, primeiro após longo hiato.
"Neste tipo de trabalho - diz a cantora - é necessário grande entrosamento e cumplicidade, tanto artística como humana, entre os envolvidos". Na sua carreira, os recitais "ocupam cada vez mais espaço", também porque "hoje, já tenho uma "bagagem" e já domino tantos títulos no repertório que já me posso dar ao luxo de, por vezes, deixar algum tempo de parte para outros projetos que não a ópera". Nota, por outro lado, que "quando o trabalho que fizemos ao longo do nosso percurso foi feito corretamente, conseguimos fazer mais coisas do que quando éramos jovens...", ao que Artur acrescenta: "as sementes têm de ser bem semeadas e distribuídas, à distância e na ordem certa". Um outro tipo de semente esperam-no eles desta noite: "o regresso do conceito de recital é necessário para este Teatro".
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