O Outono de Al Pacino

<em>O Senhor Manglehorn</em>, David Gordon Green
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Al Pacino soma e segue no retrato cinematográfico da velhice. Depois do ator de teatro em A Humilhação, de Barry Levinson, e do cantor popular em Danny Collins - Nunca é Tarde, eis que vemos chegar às salas um terceiro momento dessa caracterização que aproveita a sua própria idade.

Esclareça-se apenas que o filme de David Gordon Green foi, na realidade, o primeiro destes três a ser realizado, ordem que não se reflete nas datas da distribuição, mas que importa ter em mente, por uma questão de análise. De facto, O Senhor Manglehorn, por ser fruto do olhar sincero de um realizador que, realmente, tem uma admiração quase infantil por Al Pacino, traz uma carga especial - que parte inevitavelmente do molde romântico desse olhar (mais até do que do desempenho de Pacino).

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Manglehorn é um velho serralheiro, solitário, que passa os dias agarrado ao passado, mais concretamente, à presença epistolar de uma mulher que perdeu, por más escolhas. Um gato, uma neta e uma nova amiga, são as forças do presente que o puxam para a realidade. Mas é na ilusão demorada, e nesta figura de Gepeto, que nos deleitamos.

Classificação: ***

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