Usain Bolt conseguiu no Rio2106 o que nunca ninguém antes fizera no atletismo olímpico, uma tripla vitória em 200 metros depois de já se ter sagrando tricampeão nos 100 metros, só faltando o 'prometido' recorde mundial. Bolt conquista assim a oitava medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e a segunda no Rio de Janeiro..Já se esperava e, na quinta-feira, no Rio de Janeiro, confirmou-se plenamente: o jamaicano reparte com o nadador norte-americano Michael Phelps a primeira linha dos destaques do Rio 2016, podendo ainda juntar ao seu espólio o ouro dos 4x100 metros, a famosa 'tripla tripla'..A jornada de finais de atletismo no estádio do Engenhão voltou a ser também muito agradável para os Estados Unidos, graças ao 'inevitável' Ashton Eaton, no decatlo, aos 'gigantes' do peso, com Ryan Crouser e Joe Kovacs a assegurarem os dois primeiros lugares e aos barreiristas, com Kerron Clement a ganhar os 400 metros da sua especialidade em masculinos e Dalila Mohamad e Ashley Spencer a fazerem '1-3' em femininos..Para Bolt, terá sido o penúltimo passo para a 'imortalidade olímpica'. A despedida dos 'cinco anéis' fica para a estafeta que vai correr no sábado, mas como objetivo já assegurado fica o chegar ao 'tri' das provas em que corre sozinho, os 100 e 200 metros..A vitória, em 19,78 segundos, fica razoavelmente longe do que Bolt queria e publicamente assumiu: o ataque à marca recorde de 19,19..Sem o norte-americano Justin Gatlin na final, nem os seus companheiros de equipa Yohan Blake e Nickel Ashmeade, o favoritismo de 'lightning' Bolt ficou reforçado e, com uma partida excelente, o campeão já estava na frente à passagem da curva..Para os 100 metros finais, inesperadamente não dilatou o avanço, incapaz de correr para recorde, assegurando bem o avanço para quem vinha mais atrás. Hoje, os melhores 'mortais', com prata e bronze, foram o canadiano Andre de Grasse (já medalhado nos 100 metros) e o francês Christophe Lemaitre, que assim consegue o resultado da sua carreira..Na ausência de Gatlin, a 'honra' dos Estados Unidos foi defendida por LaShawn Merrit, que fez o que pôde, mas só foi sexto, ainda batido pelo britânico Adam Gemili e o holandês Churandy Martina..Nação com mais tradições nos 100 e 200 metros nos Jogos Olímpicos, os Estados Unidos nunca ficaram tão subalternizados na velocidade como este ano, muito por culpa do avassalador 'efeito-Bolt'..As outras disciplinas do atletismo é que não se mostraram afetadas com isso e os Estados Unidos 'mandaram' no decatlo, no lançamento do peso e nas barreiras baixas..Apostar em Ashton Eaton, recordista mundial e vencedor de todas as grandes provas de decatlo desde 2012, era fácil, sabendo-se que estava em forma. Ganhou no somatório de pontos das 10 provas, com um novo recorde olímpico de 8.893 pontos..A sua 'guarda de honra' no pódio fica entregue ao francês Kavin Mayer, inesperada prata com o recorde nacional de 8.834, e ao canadiano Damian Warner, bronze com 8.666..Depois de alguns anos menos bons, em que perderam nos Jogos Olímpicos e em Mundiais, os Estados Unidos regressam como primeira potência mundial do lançamento do peso, 'coroando' no Rio2016 um atleta menos esperado da equipa, Ryan Crouser..A marca conseguida, de 22,52 metros, é de grande nível e constitui novo recorde olímpico, relegando para segundo no pódio Joe Kovacs, apontado como o melhor dos norte-americanos, mas a ficar-se pelos 21,70..Thomas Walsh, da Nova Zelândia, fechou o pódio, com 21,36, à frente das revelações de 'nações emergentes' na especialidade, como o são o congolês Franck Elemba e o brasileiro Darlan Romani. O campeão olímpico da há quatro anos, o polaco Tomas Majewski, de 35 anos, ainda conseguiu ser sexto e a grande desilusão, em sétimo, foi o alemão David Storl, que era vice-campeão olímpico e bicampeão do mundo..Kerron Clement, o vice-campeão de 2008, chegou finalmente ao topo do pódio dos 400 metros barreiras, à frente do queniano Boniface Tumuti e do turco Yasmani Copello. O campeão mundial do ano passado, o queniano Nicholas Bett, foi desclassificado nas séries..Nas barreiras baixas para mulheres, numa prova em que o 'trono' estava vago pela exclusão da Rússia, Dalila Moahamad consegue o seu primeiro grande sucesso como sénior, derrotando a dinamarquesa Sarah Slott Petersen e a sua compatriota Ashley Spencer, a negar à checa Zuzana Hejnova novo pódio..No lançamento do dardo, confirmou-se o declínio da recordista do Mundo, a checa Barbara Spotaková, de 35 anos, que era dupla campeã e agora não passou do terceiro lugar, com 64,80..A croata Sara Kolak, apenas no seu segundo ano de sénior, surpreendeu tudo e todos e com um recorde nacional a 66,18 arrebatou a medalha de ouro. Com a prata ficou a sul-africana Sunette Viljoen, (64,92) confirmando-se como uma presença habitual nos top-5 mas a quem falta ainda um grande sucesso..Na competição masculina do triatlo, em que Portugal esteve bastante bem, graças ao quinto lugar de João Pereira, assistiu-se a mais um 'round' da icónica disputa entre os gémeos Brownlee, com a vitória a sorrir de novo Alistair e Jonathan a ficar com a prata, ele que fora bronze há quatro anos. No terceiro lugar chegou o sul-africano Henri Schoeman..No boxe, Cuba prosseguiu o seu tradicional domínio na modalidade, com Julio Cesar La Cruz a vencer na final de meios-pesados o cazaque Adilbek Niyazymbetov. A Cuba só faltou um título, nesta edição dos Jogos..Destaque ainda para os triunfos da Argentina na final de hóquei, sobre a Bélgica - uma estreia - e do Japão sobre a Dinamarca, na final de duplas de badminton, por tangenciais 2-1..Os portugueses em prova.Portugal esteve perto de voltar a estar representado nos pódios do Rio 2016, com o quarto lugar dos canoístas Emanuel Silva e João Ribeiro em K2 1.000 metros, a 28 centésimos de segundo da embarcação australiana, terceira classificada..Além da regata em que Portugal conquistou a prata em Londres 2012, também o triatleta João Pereira recuperou o atraso no setor da corrida, até ao quinto lugar, ficando a nove segundos do sul-africano Henri Schoeman.