O misterioso testamento que a duquesa de Alba deixou
Há 41 anos, a duquesa de Alba foi ao notário com cinco testemunhas entregar um envelope lacrado, onde disse estar um testamento que só deveria ser aberto após a sua morte. Quando Cayetana de Alba morreu, em novembro, o notário a quem confiara o envelope até já estava reformado, mas não se esqueceu. Agora, o sistema judicial espanhol procura reunir as condições para abrir o envelope que Alba deixou, o que poderá acontecer já este mês.
A duquesa de Alba, Cayetana Fitz-James Stuart, morreu dia 22 de novembro de 2014, com 88 anos, mas o notário a que entregara o envelope em 1973, Alberto Ballarín, ainda se lembrava do que lhe tinha sido confiado, e disse ao seu sucessor, que levou o envelope a um tribunal de Madrid.
Para poder abrir o envelope, o tribunal de Primeira Instância 81 de Madrid teve que localizar as cinco testemunhas que a duquesa levara consigo ao notário em 1973. Algumas já terão morrido, avança o El País, pelo que pode vir a ser necessário fazer uma análise caligráfica das assinaturas dos ausentes.
Fontes do tribunal contaram ao El País que o envelope é fino, do tamanho de uma folha A4, e não parece conter mais do que quatro ou cinco folhas.
"Falta esperar que se abra o envelope para saber qual era, há 41 anos, a vontade da duquesa, e o que é que não quis que se soubesse até depois da sua morte", assinalam ao El País "diferentes fontes jurídicas".
Poderá saber-se já este mês o que contém o envelope, algo que intriga também os filhos da duquesa, cujos advogados contactaram o tribunal responsável pelo envelope para serem mantidos ao corrente dos procedimentos.
A duquesa de Alba deixou uma das maiores fortunas de Espanha. O património da Casa de Alba rondava os três mil milhões de euros em 2011, incluindo palácios, terrenos, obras de arte, e títulos nobiliárquicos. Um testamento da duquesa feito em 2011 distribui essa fortuna pelos seus filhos.