"O meu pai é homem de bem", diz filho de Idalécio de Oliveira

Filipe Oliveira reside em Viseu, onde é empregado de mesa. Garante que o pai está tranquilo, mas abalado pelo escândalo dos Papéis do Panamá
Publicado a
Atualizado a

As revelações que constam nos Papéis do Panamá tiveram impacto global e sabe-se, até ao momento, que pelo menos 34 nomes portugueses estarão referidos nos documentos da Mossack Fonseca, que foram tornados públicos na sequência de uma fuga de informação. A empresa panamiana, especializada na gestão de capitais e património, detinha informação sobre mais de 214 mil empresas offshore em mais de 200 países.

Em Portugal, pouco se sabe sobre Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o primeiro dos nomes portugueses a ser conhecido, um empresário que terá aberto várias empresas offshores em paraísos fiscais, meses antes de vender à Petrobras parte de um campo de petróleo no Benin, em 2011. Idalécio, de 64 anos, está a ser investigado no Brasil no âmbito da operação Lava-Jato e é natural do Carregal, na freguesia de Queirã, Vouzela, região de Viseu.

Quem o conhece diz que o empresário teve vários relacionamentos amorosos e que terá pelo menos quatro filhos, mas passa grande parte do tempo no estrangeiro. Na região de Viseu permanecem, pelo menos, dois filhos, Paulo Guilherme de Oliveira e Filipe Oliveira. O último, de 38 anos, é empregado de mesa em Viseu e falou ao Correio da Manhã, garantindo ter já conversado com o pai desde que os Papéis do Panamá foram conhecidos - no passado domingo. "Disse-me que estava bem. Senti-o abalado pelo que se está a passar e a ser divulgado nos meios de comunicação social mas, de uma forma geral, está tranquilo", disse Filipe Oliveira ao jornal. "É um homem de bem", acrescentou.

Idalécio ter-se-á separado da mãe de Filipe há 30 anos, mas o filho garante que o contacto se manteve, apesar de ter assumido que é difícil encontrar o pai em Portugal. Confrontado com as acusações de corrupção e suborno que recaem sobre Idalécio de Oliveira, diz apenas que, a essa questão, "só ele poderá respondeu".

Paulo Oliveira, o outro filho de Idalécio que se mantém na região de Viseu, será gestor na Lusitania Group, a holding fundada pelo pai e que vendeu um campo petrolífero no Benim à brasileira Petrobras. Os investigadores no Brasil acreditam que o negócio terá servido para pagar subornos a Eduardo Cunha, presidente da câmara dos deputados brasileira.

Paulo montou igualmente uma empresa com o pai na Quinta do Fontelo, dedicada ao todo o terreno, que se transferiu entretanto para Queirã. A empresa funcionava nas cavalariças da quinta, que entretanto foi transformada numa unidade de turismo rural de luxo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt