Jacques Doillon tornou-se um cineasta solitário. Essa solidão espelha-se bem neste Rodin, sobre o escultor francês e o tumultuoso romance com Camille Claudel, filme que causou desagrado geral em Cannes.
A causa do descontentamento está no modo cerrado e convencional com que Doillon apresenta os episódios dessa fase da vida de Auguste Rodin, sem procurar qualquer frescura narrativa.
Tal como o protagonista, Vincent Lindon, que observa escrupulosamente a matéria que trabalha com as mãos, também o realizador não se liberta de um olhar por vezes rígido, face à construção dramática.
Um cinzentismo que atravessa visualmente o filme, e que acaba por se entranhar na matéria viva. Ainda assim, não se pode dizer que o realizador de Ponette tenha desaprendido a contemplação das texturas interiores - perde é demasiado tempo com o método de Rodin.
Classificação: ** (Com interesse)