O luxo de fazer um café em casa (quase) sem trabalho nenhum

O café em cápsulas veio facilitar a "bica" de qualidade feita na cozinha e há soluções para fazer lattes e capuccinos "profissionais" rapidíssimos. Por um preço, claro...
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Há muito mais no café do que café. Longo, curto, com mais ou menos leite, com espuma ou sem, capuccino ou macchiato... são tantas as variedades que às vezes assusta olhar para um menu daquelas lojas "à americana" que por cá se encontram nos centros comerciais.

Em qualquer das opções possíveis, o prazer de beber um bom café em casa, a qualquer momento, é sempre um luxo. Mas que tradicionalmente dá trabalho. Moer o café, prepará-lo, filtrá-lo, aquecer e bater o leite...

As máquinas expresso automáticas resolveram grande parte deste trabalho. Depois, a comercialização do café pré-acondicionado em pastilhas ou cápsulas ainda facilitou mais a coisa. Quanto ao leite, para despertar o barista lá de casa, as opções estão aí.

Se uma máquina de café é hoje em dia um acessório quase indispensável numa cozinha, a Nespresso, da Nestlé, é uma das opções mais procuradas pelos portugueses. Mas se a marca chega quase a oferecer as suas máquinas básicas (há promoções em que basta comprar cápsulas de café), o atual modelo topo de gama custa 650 euros.

A Creatista Pro inclui nove receitas de café, incluindo as variantes com leite, do latte ao capuccino. A máquina aquece em três segundos, define automaticamente que tipo de espuma de leite deve "produzir" (através da gestão do fluxo do vapor), permite definir manualmente as texturas desejadas para o leite, as temperaturas das bebidas (tanto do leite, como do café), personalizar a quantidade de café a cada "bica"...

Para aqueles sem paciência para detalhes técnicos: com esta máquina é possível fazer dois capuccinos perfeitos em menos de dois minutos. Mesmo. Só precisa de estar ao pé dela para manusear o (bem bonito) jarro de aço inox com o leite e carregar nos botões.

Algo que, diga-se, também se consegue perfeitamente com aquela que era, até agora, a máquina mais cara da gama: a Creatista Plus. Esta, com a introdução do novo modelo, baixou para 349 euros. E também pode ser adquirida por 1 euro por mês numa campanha em que o cliente fica obrigado a comprar 54 euros em café mensalmente durante um ano. Para quem bebe muito, pode valer a pena...

Mais do que máquinas de café, estas invenções são verdadeiros robôs sofisticados, capazes de várias operações diferentes, com múltiplos sensores para cada um dos ingredientes que cada receita necessita. Tudo para que seja possível fazer um macchiato pela manhã, com café acabadinho de moer graças a um simples toque num botão. Ou melhor, num ecrã.


A referência neste segmento é a marca de origem italiana De"Longhi. Um dos modelos de topo é a PrimaDonna Elite Experience ECAM650.85.MS (nome que começa bem, mas acaba muito mal).


Além de "tirar" uma ou duas "bicas" em simultâneo, de curtas a longas, com café acabado de moer num dos 13 níveis possíveis, faz também automaticamente as variantes todas habituais do café com leite. Tudo sozinha, e ainda lava o jarro automaticamente.

Além disso, é capaz de fazer chocolate quente (se lhe colocar os ingredientes no jarro), bem como café gelado.
O preço? 1800 euros no site oficial. Pois é, as mordomias pagam-se. Mais cara ainda é a Siemens Home Connect TI9573X9RW EQ9 (ai estes nomes!), que a Worten tem disponível por 2500 euros.


É mais limitada do que a rival italiana em termos de variedade de programas -- só faz as variantes habituais com leite --, mas tem algo que falta à outra e que, para os GRANDES apreciadores, pode fazer toda a diferença: possui dois reservatórios autónomos para os grãos de café.

Assim, é possível manter duas variedades de café em simultâneo, prontas a serem preparadas. Uma para as manhãs e outra para a noite, por exemplo? Será o suficiente para justificar, para si, o preço?

Ah, está a pensar que duas variedades de café não lhe chegam, porque lhe falta, por exemplo, a do lanche? Não há problema. Outra marca alemã, a Miele, tem a solução: a CM 7750 CoffeeSelect (e finalmente uma designação que se consegue pronunciar), que tem recipientes para grãos de café.


Além disso, ainda acrescenta sensores que detetam automaticamente a altura da chávena (ou copo) que está a colocar, de forma a que não haja "espirros" de café para fora. Tudo muito certinho, bem à moda germânica. O preço no site oficial é de 2700 euros.

É demasiado dinheiro para beber café, estará agora a dizer? Também foi o que disseram muitos quando o Starbucks apareceu a cobrar o que cobra... Estes, pelo menos, são todos feitos no conforto de casa e a qualidade das bebidas é garantida -- até porque se sabe sempre bem quem as está a fazer.
O mesmo não se pode dizer quando vamos beber fora...

ricardo.s.ferreira@dn.pt

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