O jornalista que está a colocar Obama em cheque

Seymour Hersh é o vencedor de um Putlizer que denunciou o massacre de My Lai e as torturas em Abu Ghraib, que agora acusa a Casa Branca de mentir sobre a morte de bin Laden
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Um texto de 10 mil palavras e o mundo voltou a falar de si. Num artigo publicado no London Review of Books, Seymour Hersh, vencedor de um Putlizer, reitera que a Casa Branca mentiu sobre a morte de Osama bin Laden, há quatro anos, acusação já desmentida pelo governo. Com 78 anos e 56 de carreira, o jornalista de investigação frisa que o complexo em Abbottabad onde os EUA abateram o ex-líder da Al Qaeda estava nas mãos no governo paquistanês há anos; que os serviços secretos paquistaneses pediram à CIA 25 milhões de dólares para entregar bin Laden; ou que o seu corpo não foi atirado ao mar.

Com ascendência lituana e polaca, nasceu em Chicago onde ajudava os pais numa loja de lavagem de roupa, ao lado do irmão gémeo, Alan. Licenciou-se em História e depois quis ser advogado, mas desistiu. O jornalismo só chegou em 1959, quando começou a escrever no City News Bureau. Ainda passou pela Associated Press e foi acessor de imprensa do candidato presidencial de 1968, Eugene McCarthy.

Focado em investigar a ligação da corrupção e poder à segurança nacional, regressa dois anos depois ao jornalismo na Guerra do Vietname. É aqui que denuncia o massacre de My Lai pelas forças norte-americanas e venceu o desejado Putlizer. Ainda passou pelo New York Times mas desde 1975 que voltou a ser freelancer. Casado e com três filhos, já denunciou atividades ilegais da CIA e revelou a tortura feita na prisão de Abu Ghraib, Afeganistão. Hersh colabora com a The New Yorker e já editou sete livros - num deles acusa os Kennedy de corrupção e ligações à máfia.

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