O imperador que era espanhol e alemão
Lutou contra os turcos nos Balcãs e no Norte de África e enfrentou os príncipes protestatantes alemães, seduzidos pela mensagem de Lutero. E teve de bater-se com Francisco I de França, o único monarca europeu que se atrevia a ser seu rival. Foi, assim, uma vida plena de combates a de Carlos V, nascido em Gante (atual Bélgica), em 1500, e neto tantos dos reis Católicos Fernando e Isabel como de Maximiliano, o senhor do Sacro Império Germânico. Por incapacidade da mãe, Joana "a louca", e morte do pai, Felipe "o belo", herdou ainda adolescente grande parte da Europa, já para não falar das possessões espanholas nas Américas. Um dia, bastante doente com gota, decidiu abdicar: entregou a coroa espanhola ao filho, Filipe II, da portuguesa Isabel, com quem teve uma bela história de amor e a quem prometeu nunca fazer guerra a Portugal; e deixou o império alemão ao irmão Fernando, que vivia na corte de Viena. Retirou-se para a Extremadura, onde morreu em 1558 no mosteiro de Yuste, na província de Cáceres. Falava francês, espanhol (que aprendeu já adulto) e italiano. Nunca dominou bem o alemão.