O grito de homens em busca de um sítio para mudar fraldas

Pais queixam-se da falta de fraldários nas casas de banho masculinas. Não existe legislação que obrigue à instalação destes equipamentos nos edifícios de uso público.
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"Passeio muitas vezes sozinho com a minha filha. É muito chato quando tenho de lhe mudar a fralda ou trocar uma peça de roupa e só existem fraldários na casa de banho das mulheres." Pedro Gonzaga, 32 anos, pai de uma bebé de sete meses, já se confrontou, algumas vezes, com a questão levantada recentemente pelo ator norte-americano Ashton Kutcher: a falta de espaços para trocar fraldas nos WC masculinos. Embora existam espaços de utilização pública que têm fraldários independentes ou até casas de banho familiares, ainda há muitos onde só há fraldários nas casas de banho femininas.

Pedro Gonzaga costuma ir com a família ao NorteShopping, no Porto, onde existe um mudador de fraldas dentro do WC dos homens, por cima da sanita para as crianças. "Já o usei muitas vezes. Dá mais jeito ser eu a trocar a fralda, porque o das mulheres está quase sempre ocupado", conta. Mas não é comum encontrar sítios onde o pode fazer. "Não acredito que seja uma tentativa de discriminação. Isto ainda acontece, porque está no subconsciente das pessoas. Tal como nas caixas prioritárias dos supermercados, onde aparece sempre a imagem da senhora com a criança ao colo", afirma Luís Gameiro, da direção da Associação para a Igualdade Parental (AIP).

Para o representante da AIP, "é presumir que as crianças estão sempre com a mãe, mas basta entrar num centro comercial para ver que não é assim". Na opinião de Luís Gameiro, é, de certa forma, compreensível que nos edifícios mais antigos essa questão não tenha sido tida em conta, mas "são coisas pelas quais têm de se lutar".

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