O Governo lamenta a morte de um "amigo de Portugal"
O Governo português lamentou esta sexta-feira a morte do antigo presidente de Cabo Verde António Mascarenhas Monteiro, realçando que foi um "amigo de Portugal", além de "um ilustre cabo-verdiano" e "um ilustre jurista".
"Lamento, em nome do governo português, o falecimento do doutor Mascarenhas Monteiro, um ilustre cabo-verdiano e um amigo de Portugal que, muito justamente, foi aqui agraciado em duas ocasiões por dois presidentes da República Portuguesa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
António Mascarenhas Monteiro, que morreu hoje aos 72 anos vítima de doença prolongada, foi o primeiro chefe de Estado cabo-verdiano democraticamente eleito, facto assinalado pelo governante português.
"É de realçar a excelência da carreira profissional de Mascarenhas Monteiro, um ilustre jurista, e sobretudo o facto de ter sido Presidente de Cabo Verde por dois mandados. Aliás, foi o primeiro presidente que tomou posse na sequência de uma eleição direta e universal", realçou o ministro.
Augusto Santos Silva estendeu ainda as condolências do Governo português a todo o povo cabo-verdiano.
"Desejo exprimir em nome do Governo português os nossos sentimentos e transmitir as nossas condolências às autoridades cabo-verdianas, à família de Mascarenhas Monteiro e a todo o povo cabo-verdiano", concluiu.
Segundo a imprensa cabo-verdiana o antigo chefe de Estado morreu na sua casa, na cidade da Praia, durante a manhã de hoje.
Natural de Santa Catarina de Santiago, jurista e magistrado, António Mascarenhas Monteiro foi o primeiro presidente da República de Cabo Verde eleito por voto direto e universal, em fevereiro de 1991, com o apoio do Movimento para a Democracia (MpD).
Cinco anos depois, em 1992, foi reeleito sem qualquer adversário, de novo com o apoio do MpD.
Formado em Direito pela Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, António Mascarenhas Monteiro tinha sido na década de 80 presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde.
Anteriormente foi secretário-geral da Assembleia Nacional Popular nos primeiros anos da independência de Cabo Verde
Em Portugal, foi agraciado com o Grande Colar da Ordem da Liberdade em 1991 (pelo Presidente Mário Soares) e com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique, em 2000 (pelo Presidente Jorge Sampaio).
Em setembro de 2006, aceitou a sua nomeação como enviado especial a Timor Leste, designado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.