Ao sexto dia, o Festival Músicas do Mundo (FMM) tomou o castelo de Sines. Tínhamos Destino Marcado com Ricardo Ribeiro, que com esse fado, que abre o álbum Largo da Memória, inaugurava o palco do Castelo..Horas antes, sentado no seu camarim de cigarro na mão - perguntamos-lhe se não lhe ralham por causa da voz e logo responde que é ele quem ralha a si mesmo - lança: "Eu costumo dizer por brincadeira que eu só canto, depois de cantar sou uma volumosa ficção. Não me importo muito, o que importa é o que faço.".Isto é o que faz: canta o fado. "Uma música do nosso país que consegue reunir gente de classes diferentes, de gerações diferentes na mesma comunhão.".E como se lhe pedíssemos para estender o fado ao mundo - e Ribeiro tem-no feito, à sua maneira, percorrendo-o e juntando, por exemplo, a sua voz ao libanês Rabih Abou Khalil - diz: "Tem que ver com o mundo porque conseguimos ter uma sensibilidade que tem que ver com a musica étnica, que toca as pessoas.".Mas se esse mundo se estende mar fora - que no palco tem atrás de si -, para Ricardo Ribeiro, que em breve fará 34 anos, o fado basta-lhe e - conta - "sobeja-me dentro da sua linguagem, dentro da sua natureza"..Como numa viagem em torno da sua música, descreve-a como "um veículo para poder cantar quase todas as coisas da vida. Alegria, tristeza, nobreza, a dor. É um bocado com as desgarradas que haviam no norte, as pessoas resolviam os seus problemas cantando, eu resolvo o meu problema cantando.".Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN