Não, não é um erro. É mesmo sobre o Estado da Noção que quero falar. A Assembleia da República discutiu o Estado da Nação. Um debate, dizem os comentadores, ganho pelo primeiro-ministro António Costa. Neste aspeto não discordamos. O debate foi marcado por um discurso inicial onde se destacam três aspetos: as expectativas (face ao passado recente), os resultados e o futuro. E foi por apresentar aos olhos dos portugueses um caminho escorado em bons resultados, sem perder a ambição de construir um futuro melhor, que o PS e António Costa ganharam o debate. Porque, em bom rigor, sem ter a pretensão de afirmar que o país não tem problemas, ou mesmo que o Governo não cometeu erros, foi capaz de dar confiança e segurança aos portugueses. A Oposição não percebe que a ideia de construir uma narrativa de um país dos "problemas" não ajuda a construir uma alternativa. Reforça apenas a ideia de que quem encontrou soluções no passado está sempre mais bem preparado para continuar a encontrar soluções para os problemas que subsistem ou para novos que, entretanto, vão emergindo. E a verdade é que António Costa e o PS já mostraram que, perante os problemas, sabem desenhar políticas que respondem à situação concreta de cada português..No primeiro âmbito, o Governo do PS ganhou de imediato nas expectativas. O apocalipse previsto pela Oposição não se verificou. Passado um ano, falharam em tudo. Nas previsões de crescimento, de emprego, de desemprego, das exportações, do investimento e, claro, também na dimensão orçamental. A ideia de carregar nas "tintas", anunciando perante a incerteza o dilúvio, acaba - ou acabou neste caso - por ser contraproducente. Os portugueses perceberam que, apesar das dificuldades de um contexto externo muito adverso, o Governo foi capaz de acompanhar os mais vulneráveis, implementar medidas eficazes e, no quadro das grandes questões, da inflação à habitação, tem de facto apresentado políticas que respondem aos problemas..No que respeita aos resultados apresentados, esses são avassaladores e sempre além do previsto. No crescimento económico, que se aproximará este ano dos 3%, nas exportações, que ultrapassam os 50% do PIB, no emprego, com valores recorde, nas contas certas, na diminuição progressiva do IRS, na proteção das pensões, com um aumento intercalar dos salários da função pública e até nas soluções em execução no SNS ou na escola pública. Da Oposição não há sequer o reconhecimento de alguns dos resultados obtidos. Vive na negação do evidente. O seu Estado da Noção está, esse sim, em mínimos históricos..Por fim, o futuro. A discussão do OE2024 aproxima-se. A guerra na Ucrânia não acabou e a volatilidade do preço dos cereais traz consigo incerteza. O PRR e o investimento público e privado avançam a bom ritmo. O Programa Mais Habitação e a Agenda do Trabalho Digno terão, em 2024, mais impactos na vida concreta dos portugueses. A transformação das ULS [Unidades Locais de Saúde], a negociação das carreiras com os profissionais da saúde e, por exemplo, a vinculação dinâmica de professores, irão contribuir para um quadro social mais favorável e para o desenvolvimento de novas respostas. Sem perder de vista reformas fundamentais como a Lei das Ordens e a diminuição das barreiras de acesso a profissões reguladas. Os portugueses percebem bem: quem falhou no passado e vive dos problemas não é a solução. É por isso que continuam a confiar, absolutamente, no PS e em António Costa..Presidente da bancada parlamentar do PS