Mansões, superiate e aviões privados. Divórcio milionário põe mãe contra filho

Tatiana Akhmedova divorciou-se em 2016 do marido, o oligarca russo Farkhad Akhmedov, e os tribunais disseram que tinha direito a 41,5% da sua fortuna estimada de mil milhões de libras. Mas ele terá transferido os seus bens para o filho, para evitar fazer os pagamentos. Vão agora a tribunal no Reino Unido.
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Uma fortuna de 435 milhões de libras que inclui várias mansões de luxo, um avião privado, um superiate e um helicóptero, e uma coleção de arte com obras de Andy Warhol ou Damien Hirts. É isso que estará para a semana em causa num tribunal do Reino Unido quando Tatiana Akhmedova, que se divorciou do oligarca russo Farkhad Akhmedov em 2016, levar o filho de ambos, Temur, de 27 anos, a tribunal.

Tatiana, que casou em 1993, acusa o ex-marido de ter transferido os seus bens para o filho, de forma a evitar pagar o acordo de divórcio -- o maior pagamento alguma vez decidido pela justiça britânica. Os tribunais decidiram em 2016 que Farkhad tinha que pagar 41,5% da sua fortuna de mil milhões de libras à ex-mulher, sendo que ela alega que não recebeu nada. O ex-marido e o filho dizem que ela sabia das prendas que Farkhad deu a Temur, incluindo um apartamento de 30 milhões de libras em Londres.

Na contagem decrescente para o processo que começa segunda-feira em Londres, no qual acusa o filho de agir como "braço direito do pai" num esquema para esconder a fortuna, Tatiana Akhmedova teve duas vitórias: um tribunal autorizou buscas no apartamento de luxo de Temur (que durou dez horas) e outro deu ordens à Google para divulgar o conteúdo do seu email. As suas contas também estão congeladas.

Mas Tatiana também já perdeu algumas batalhas, nomeadamente na apreensão do megaiate Luna, no Dubai. O iate que foi construído para o patrão do Chelsea Roman Abramovich, vale 300 milhões de libras e foi comprado por Farkhad em 2014.

Temur, que falou publicamente pela primeira vez do caso, disse que independentemente do que acontecer em tribunal nunca se irá reconciliar com a mãe, alegando que o seu comportamento "ultrajante e vingativo" destruiu a relação próxima que ambos tinham.

"A nossa mãe educou-nos bem, ela era uma boa mãe", disse Temur, citado pelo The Guardian. O casal teve dois filhos em conjunto, com Farkhad a ter outros três filhos de outros casamentos. "Mas esta acusação é porque ela não gosta de mim porque não fiquei do lado dela. Não podia imaginar nem num milhão de anos ir contra o meu próprio sangue. Ela só está à procura de vingança. Como é que podes dar à luz os teus filhos e depois lutar contra eles nos tribunais?"

Temur alega que a mãe não tinha direito aos 453 milhões de libras (mais de 500 milhões de euros) da fortuna do pai porque ambos se tinham divorciado 20 anos antes, quando Tatiana terá tido um caso com outro homem. Contudo, esse alegado divórcio não ficou provado no processo de 2016.

Farkhad, oligarca russo nascido no Azerbaijão que é um aliado do presidente Vladimir Putin, terá oferceido na altura cem milhões de libras para formalizar o divórcio, mas Tatiana optou por recorrer aos tribunais e ganhar muito mais. O ex-marido já disse no passado que fará todos os esforços para reverter a decisão do tribunal de 2016.

"Se a minha mãe estivesse nas ruas eu percebia", disse Temur, ainda segundo o The Guardian. "Nunca deixaria que isso acontecesse, mas ela vive uma vida muito boa. Está sempre de férias, sempre a viajar. Eu vejo os updates dela no WhatsApp, estava em Ibiza há umas semanas e em Itália", acrescentou.

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