O dérbi eterno, a Bundesliga e... o primeiro golo italiano de CR7?
A Bundesliga é a última das Big Five (cinco principais ligas europeias) a arrancar e fá-lo sexta-feira à noite com o hexacampeão em título, Bayern Munique, a iniciar a defesa do trofeu diante de uma equipa que fez também uma excelente temporada passada (3.º), o Hoffenheim, do jovem técnico sensação Julian Naggelsman. Nos todo-poderosos bávaros, houve mexidas apenas residuais na equipa (saiu Vidal para o Barcelona, entrou Goretzka vindo do Schalke04 e pouco mais), com a grande novidade a estar no banco: Jupp Heycnkes voltou a reformar-se e o seu sucessor é o croata Nico Kovac, que na época passada ganhou a Taça com o Eintracht Frankfurt. Expetativa também, no Bayern, para ver se Renato Sanches volta a ter um novo fôlego na carreira, sob o comando do novo técnico.
Nuno Espírito Santo e o seu Wolverhampton foram das poucas equipas que conseguiram travar o Manchester City no futebol inglês, na época passada, quando os Wolves obrigaram a superequipa de Guardiola a ir ao desempate por penáltis para seguir em frente na Taça da Liga. Agora já na Premier League, a equipa do ex-treinador do FC Porto vai tentar repetir o feito na receção a uns citizens que arrancaram a época a todo o gás, com uma vitória no terreno do Arsenal e uma goleada em casa ao Huddersfield Oportunidade para ver em ação também, de um lado, a armada lusa dos Wolves (liderada por um Rúben Neves cada vez mais jogador) e, do outro, o virtuoso Bernardo Silva, que tem estado em relevo no campeão inglês neste início de época.
Cristiano Ronaldo, claro. Tudo gira em seu redor na liga italiana, esta temporada. Depois de ter ficado em branco na vitória arrancada a ferros em Verona, frente ao Chievo, na estreia, o avançado português tem agora o primeiro jogo perante os adeptos da Juventus. Pela frente, uma das equipas com objetivos nos lugares de topo do campeonato, a Lazio de Roma de Simone Inzaghi, que na primeira jornada foi derrotada em casa pelo Nápoles. Em casa, a Juventus perdeu dois jogos na época passada e um deles foi contra a Lazio. Um bom desafio para a equipa de Massimiliano Allegri e para o próprio Cristiano Ronaldo, que ainda estão em fase de adaptação mútua. E a pergunta que todos fazem: será este sábado o primeiro golo de CR7 na Séria A?
Aí está o primeiro grande clássico do campeonato. O dérbi dos dérbis. A mais antiga rivalidade do futebol português. Enfim, dispensemos a grandiloquência, é um Benfica-Sporting e basta. O primeiro grande teste direto à capacidade dos tradicionais candidatos ao título chega em fases distintas para ambas as equipas, mas igualmente exigentes. O Benfica de Rui Vitória é apanhado no meio de uma eliminatória de Champions absolutamente decisiva para o sucesso (financeiro, pelo menos) da temporada. O Sporting de José Peseiro no meio do turbilhão que tem sido a vida recente do clube, com o plantel a ir sendo composto a conta gotas. O Benfica parece ainda assim ter muito mais a perder do que o rival neste dérbi que não deverá contar com nenhum dos dois grandes goleadores dos últimos anos em ambas as equipas (Jonas e Bas Dost).
O campeão nacional tem esta jornada uma belíssima oportunidade para se começar a distanciar de pelo menos um dos rivais na luta do título, graças ao dérbi lisboeta, e a jogar em casa espera-se o dragão agressivo que costuma torturar os adversários até estes se renderem. A vitória no último minuto, na semana passada, no Restelo, permitiu reforçar a crença de uma equipa portista em que se tem destacado, neste arranque de época, a presença de dois jovens portugueses no onze: o central Diogo Leite e o avançado André Pereira. Pela frente, um V. Guimarães treinado por um velho conhecido do Dragão e que ainda procura um resultado que consolide as ideias positivas reconhecidas ao futebol das equipas de Luís Castro (este não é, contudo, o palco mais fácil para o conseguir). Expetativa também sobre o possível regresso de Marega à equipa portista, terminado que está o castigo imposto por Sérgio Conceição.
Messi e Coutinho desbloquearam a estreia do Barça na liga frente ao Alavés e fizeram questão de lembrar desde já que nenhuma outra equipa espanhola tem, nesta altura, a qualidade individual para resolver jogos potencialmente complicados quanto esta de Ernesto Valverde - mesmo que a qualidade coletiva de jogo nos possa fazer suspirar por memórias de um tempo irrepetível (sim, não adianta, Guardiola já disse que não se repetirá). Este sábado, surge o primeiro teste fora de portas para o campeão espanhol, em casa de um Valladolid que regressou esta época ao convívio com a elite e arrancou um empate a 0-0 em Girona na primeira jornada.
Bordéus vive a angústia de um começo de época atribulado, com duas derrotas nos dois primeiros jogos do campeonato, desintelegências entre direção e equipa técnica sobre a política de mercado que levaram à suspensão do treinador uruguaio Gustavo Poyet, e notícias que anunciam no horizonte a chegada do ex-internacional Thierry Henry, que assim pode estrear-se como treinador principal depois de ter sido assistente da seleção belga no Mundial. Um mar de indefinições do qual se pode aproveitar o Mónaco de Leonardo Jardim, que este domingo visita a capital mundial do vinho para tentar regressar às vitórias na Ligue1, depois do passo em falso na receção ao Lille (0-0) na semana passada.
É a única equipa invicta do campeonato português ao fim de duas jornadas, para lá dos três grandes. O Feirense de Nuno Manta Santos, o técnico que tem feito pequenos milagres em Santa Maria da Feira, tem uma oportunidade para esticar a inesperada companhia aos líderes e comprovar os bons sinais deixados nas duas primeiras jornadas (vitórias sobre Rio Ave e V. Guimarães), quando receber este domingo o Boavista. Já os axadrezados, que também começaram a ganhar na prova (em Portimão) mas perderam na receção ao Benfica, procuram levantar-se da derrota com os encarnados.
Depois de um ano difícil em Milão, André Silva mudou-se para Sevilha e entrou a matar na Liga espanhola, com um hat-trick que fez resgatar memórias de um feito de Romário (o brasileiro que brilhou no Barcelona de Cruyff) e que lançou desde logo o jovem avançado português para o topo da lista dos marcadores. A receção da equipa andaluz ao Villarreal desperta, por isso, curiosidade acrescida para aferir se o internacional português confirma o acerto na mudança de ares e encontra em LaLiga o habitat apropriado ao relançamento da carreira, que tanto seria útil também à seleção portuguesa. O Sevilha de Pablo Machin é, além do mais, uma das formações que mais entusiasmo atrai em torno do seu futebol. Razões suficientes para olhar com atenção para este jogo no Sanchez Pizjuan.
É indisfarçável o mal estar instalado em Old Trafford, com José Mourinho no epicentro de todas as polémicas que se abatem sobre o Manchester United. A derrota no fim de semana passado, em Brighton, veio deteriorar ainda mais o ambiente em redor do técnico português, que surge já como favorito das casas de apostas para ser o primeiro treinador despedido, esta época, na Premier League. A receção ao Tottenham de Mauricio Pochettino, que se intrometeu entre as melhores equipas inglesas nos últimos anos, é uma boa oportunidade para os red devils darem um um grito de revolta e para Mourinho aliviar o peso das críticas. Caso contrário, o cenário pode mesmo fugir-lhe do controlo.