O Coro

A crítica de Inês Lourenço ao novo filme protagonizado por Dustin Hoffman e Garrett Wareing.
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INÊS LOURENÇO (Classificação 2/5)

Primeiro a música, depois Handel

Apesar de uma filmografia ligada à música, François Girard, em O Coro, precipita-se na sua vulgarização. A sacralidade anunciada no eco de uma abóbada, fica-se pelo desígnio de contar histórias sobre a frustração e o talento. Stet, um miúdo desamparado, possui um dom adormecido na voz, que se revela nas audições para um competitivo coro de rapazes, conduzido pelo maestro Carvelle (um Dustin Hoffman de semblante austero). A dado momento, em jeito de carpe diem para acalmar os nervos antes do concerto, este insufla os rapazes a envolverem-se na música e "esquecer Handel". Aqui reside a falha de Girard: muita música, pouco sentido da arte. Numa altura em que a televisão fomenta, como nunca, programação destinada à caça de talentos, O Coro surge como um camaleão, não se distinguindo dessa realidade mediática.

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Ficha de Filme

Título original: Boychoir

Realizador: François Girard

Com: Dustin Hoffman, Kevin McHale

Ano: 2014

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