O comboio do Futuro está a chegar a Espanha

O projeto custará cerca de 432 milhões de euros e terá sede em Bobadilla
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A Administração das Infraestruturas Ferroviárias (ADIF) espanhola e o Ministério da Economia aprovaram, esta terça-feira, a construção do comboio supersónico Hiperloop, que conseguirá percorrer 1.200km/h sem tocar no solo. O meio de transporte ferroviário americano vai ser testado e produzido em Bobadill.

O desenvolvimento do comboio do futuro em Espanha custará cerca de 432 milhões de euros entre despesas com testes, equipamentos e fabrico. Será testado e produzido nas instalações da ADIF em Bobadilla, perto de Antequera, que têm uma área de 19.000 metros quadrados. Este espaço será arrendado à empresa norte-americana criadora deste transporte futurístico, a Virgin Hyperloop One.

Um júri constituído por colaboradores da empresa norte americana Space X selecionou, para se juntarem à ADIF, uma equipa do Instituto Politécnico de Valência. Este grupo tinha chegado à fase final do concurso da Hyperloop One em janeiro de 2016.

Agora têm pela frente a construção deste comboio de alta velocidade que transportará os seus passageiros em cápsulas especiais de alumínio que levitarão magneticamente no interior de tubos, presos ao solo por pilares. O comboio será conduzido de forma automática, eliminando a possibilidade de erros humanos, e será coberto, evitando condições atmosféricas adversas.

O Hiperloop atingirá os 1200 km por hora, o dobro da velocidade do japonês Maglev, o comboio mais rápido do mundo até agora. Um avião desloca-se a 900 km por hora. A superioridade do comboio futurístico está relacionada com o facto de este estar mais perto do solo, tendo mais resistência ao ar.

Depois dos testes feitos, está previsto que as instalações em Bobadilla continuem de portas abertas para fazerem a manutenção do transporte ferroviário e para trabalharem na expansão internacional do projeto.

O Hiperloop quer circular pelo mundo

O comboio foi testado, pela primeira vez, no ano passado no estado norte-americano do Nevada. O protótipo atingiu os 387 km por hora dentro das instalações onde foi feito o ensaio. Já a simulação em ambiente real está prevista para o final deste ano, também no Nevada.

Na Europa, a França vai ser o primeiro país a desenvolver o comboio do futuro. A Hiperloop Transportations Technologies (HTT) escolheu a cidade de Droux, com apenas 400 habitantes, para o efeito. O projeto francês custará menos 30% do que o normal para uma linha de alta velocidade e viajará três vezes mais rápido. O percurso Amestredão-Paris será feito em apenas meia hora.

A China também já assinou um acordo com a HTT para a construção de um trecho com dez quilómetros a partir da cidade de Tongren. Bem como a Índia, onde está previsto ser criada uma linha entre o Taj Mahal e Cincinnati, em Ohio, nos Estados Unidos. Esta viagem no Hiperloop pode vir a durar menos de três hora e a custar 50 dólares (43 euros).

A regulação deste meio de transporte está em curso. Várias empresas europeias e no Canadá têm-se reunido para definir a forma como este comboio futurístico deverá funcionar.

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