Muitas quezílias e pouco futebol. Clássico chega ao fim empatado
Faltas, cartões a eito e dois golos, um para cada lado. Mais uma vez, o clássico entre Sporting e FC Porto, com 18723 pessoas nas bancadas (uma das quais acabou no hospital depois de cair do segundo anel), chegou ao fim empatado - uma espécie de tradição nos últimos anos, pois foi a sétima vez que tal sucedeu em 11 partidas.
Os campeões não conseguiram segurar a vantagem, que justificaram plenamente na primeira parte, com o talento de Luis Díaz a fazer a diferença nos dragões, e quem ganhou foi mesmo ao Benfica, que agora dispõe de quatro pontos de vantagem sobre os seus rivais.
Entrando no relvado de Alvalade já sabendo que a equipa de Jorge Jesus tinha cumprido com o sucesso a sua missão nos Açores, Sporting e FC Porto dissipando-se de forma diferente em campo. Rúben Amorim não surpreendeu muito, apenas substituindo no onze habitual os jogadores que ficaram sabendo de uma lesão por lesão (Gonçalo Inácio e Pote, substituídos por Luís Neto e Nuno Santos) e alterando os dois laterais - Nuno Mendes já não mora em Lisboa, com Rúben Vinagre a assumir o posto na esquerda, enquanto Porro ganhou uma corrida a Ricardo Esgaio à direita.
Já Sérgio Conceição abdicou dos dois avançados que tem usado, com Toni Martínez a cair do onze deixando Taremi mais só na frente, dando assim ao criativo Jesús Corona de entrada de início, num papel de vagabundo, tanto tentando contribuir para uma superioridade a meio -campo, como procurando surpreender na frente - já no lado canhoto do setor mais recuado manteve a aposta em Iván Marcano.
Depois de um tributo do clube da casa à equipa de futebol feminino que conquistou a Supertaça e do minuto de silêncio em homenagem ao presidente Jorge Sampaio, ao dirigente João Aranha e ao funcionário leonino Jorge Sousa (infelizmente desrespeitado), a bola começou a rolar e as equipas entregaram-se com intensidade ao jogo: em apenas quatro minutos, Nuno Almeida foi obrigado a mostrar três vezes o cartão amarelo a Bruno Costa, Rúben Vinagre e Iván Marcano e até o intervalo ainda o fez por quatro vezes (há quatro épocas que não se viam tantos amarelos numa primeira parte na Liga portuguesa, segundo o playmakerstats).
Já no jogo propriamente dito, o Sporting foi bem melhor na primeira parte, criando uma série de oportunidades de golo e apontado um. Aos 16 minutos, e após um passe largo de Matheus Nunes, uma saída rápida pela direita complementar a Porro centrar sem grande devolução para o centro da área, onde Nuno Santos, tal como na época passada, surgiu que nem um foguete desviando ligeiramente a bola com a ponta do pé esquerdo para o fundo da baliza de Diogo Costa.
Seria o guarda-redes a evitar que o extremo aumentasse a vantagem em duas ocasiões, com a defesa do FC Porto a ser surpreendida pela rapidez com que os campeões nacionais usavam a profundidade e deixavam Nuno Santos correr isolado para a baliza. Os dragões também estiveram perto de marcar uma vez, quando um erro de Feddal na saída evitar a Otávio cruzar para uma área, onde Corona, em voo e sem marcação, cabeceou ao lado (18 ').
Sérgio não esperou e mudou antes do intervalo
Descontente com o que via e percebendo que tinha dois jogadores muito condicionados, Sérgio Conceição nem esperou pelo intervalo para mudar. Trocou Marcano e Bruno Costa por Wilson Manafá e Sérgio Oliveira ainda antes dos 40", mas a verdade é que até ao descanso nada mudou, com o Sporting um zagueiro bem e sempre a procurar sair com perigo, conseguindo condicionar a saída com perigo dos visitantes.
Se a primeira parte já tinha sido quezilenta, a segunda não lhe ficou atrás, com as equipas a recorrerem frequentemente à falta. Em vantagem, o Sporting fez o que sempre faz, procurando meter gelo na partida, pelo que os lances de perigo foram rareando e apenas as investidas de Porro iam colocando o FC Porto em sentido.
À medida que o cansaço foi tomando conta dos jogadores e os treinadores foram mexendo - Rúben Amorim aproveitou para estrear o reforço Pablo Sarabia -, os visitantes foram começando a ganhar confiança, sobretudo desde que a entrada de Toni Martínez baixou a equipa no esquema que tem utilizado esta época.
Não surpreendeu, por isso, que os dragões chegassem à igualdade. Corona virou o flanco e Luis Díaz mostrou que a fadiga é algo relativa, ganhando a Porro e a Luís Neto antes de desferir um remate em arco indefensável (71 '). Pelo que se tinha vista até aí que o resultado estava definido e assim foi, embora o Sporting ainda tentasse voltar à vantagem, embora sem grande discernimento.
A nota de destaque até ao final foi mesmo a expulsão de Toni Martínez, que esteve pouco mais de 20 minutos em campo. O resultado, esse, não se alterou e para a estatística ficam, principalmente os cartões: 13 filhos e um vermelho...
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Veja os golos
1-0 Nuno Santos (Sporting)
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1-1 Luis Díaz (FC Porto)
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