Depois de um verão sem estreias nacionais (apenas vamos ter ainda esta semana o novo de Joaquim Leitão, Índice Médio de Felicidade), os produtores, distribuidores e exibidores preferiram o pós-férias para a estreia de um assinalável número de filmes. Dito de uma outra forma, o cinema português teve medo das férias. São muitos os que acreditam que para um cinema mais "difícil" ou "exigente" é necessário o mood do regresso ao trabalho. O problema é que todos pensaram o mesmo e o ritmo desenfreado de estreias vai por certo atingir um efeito de saturação, sobretudo entre setembro e outubro..Podemos falar de coincidência mas também de falta de bom senso, quanto mais não seja quando na mesma semana há mais do que uma estreia....À parte dessa ganância pelas mesmas datas apetecíveis, há que realçar a qualidade de alguns dos títulos, com óbvio destaque para A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, épico multiestilos que abalou a Quinzena dos Realizadores em Cannes, previsto para 21 de setembro; e o excelente documentário Nos Interstícios da Realidade: O Cinema de António de Macedo, de João Monteiro, a 5 de outubro, mesma data para Al Berto, o biopic de Vicente Alves do Ó, e Colo, de Teresa Villaverde..[youtube:OP1I-3kHesE].[youtube:ozeQg-tCVMI].[youtube:YysdC3N1OH8].Curiosidade grande ainda para em meados de outubro vermos a estreia de Diogo Varela Silva em Alfama em Si, ópera--fado; e Mulheres, de Leonel Vieira. Antes ou também na mesma data, chega o fulminante Verão Danado, de Pedro Cabeleira..[youtube:oeMsYZKdzf0].Espera-se também grandes coisas de Peregrinação ( novembro), de João Botelho, a partir de Fernão Mendes Pinto, enquanto Ramiro, de Manuel Mozos, também poderá ser uma das estreias deste período. A fartura vai ainda incluir algumas coproduções. Sejamos otimistas: o espectador vai julgar que é moda ver cinema português...