O caminho para as passerelles: os bastidores da Casa Dior
É bem verdade que os desfiles de moda sempre foram um material apetecível para fotografia, cinema e televisão. Em todo o caso, não é muito frequente depararmos com trabalhos documentais como Dior e Eu, revelando os bastidores de uma das mais prestigiadas casas da alta-costura francesa - o documentário teve antestreia no MUDE - Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo, em parceria com a ModaLisboa. Amanhã estará disponível nos cinemas, videoclubes televisivos e lojas de DVD.
O filme marca a estreia a solo na realização de Frédéric Tcheng, um francês sediado em Nova Iorque cujo nome já tinha surgido como coautor de Diana Vreeland: The Eye Has to Travel (2011), sobre a lendária comentadora das revistas Vogue e Harper"s Bazaar.
O ponto de partida de Dior e Eu é também uma evocação pessoal, neste caso de Christian Dior (1905-1957). Aliás, o filme apropria-se com alguma ironia do título da sua autobiografia, Christian Dior e Eu, publicada em 1956. O fundador da "Maison Dior" definia-se, assim, como uma personagem dividida entre a identidade privada e a figura que encarnava enquanto criador de moda. Como o próprio Tcheng sugere num texto de apresentação do filme, tratava-se agora de registar o confronto do novo diretor criativo da Dior, o belga Raf Simons, com a herança do próprio Christian Dior.