Patrick Morais de Carvalho foi eleito presidente do Belenenses em 2014 e lidera um processo que conduziu à rutura com a SAD. Ao DN, o dirigente dos azuis do Restelo fala de todo o processo que levou ao divórcio com a SAD, que classifica de "sociedade secreta" por não prestar contas aos seus acionistas. Admite que possa haver irregularidades na forma como a equipa profissional está competir na I Liga por não ter escalões de formação e avisa que os símbolos e o nome do clube deixarão de ser usados pela equipa SAD. A pouco mais de um ano de festejar o centenário, o Belenenses prepara-se para começar do zero na I Divisão distrital "com honra e dignidade" e com a esperança de voltar a ter boas assistências no Estádio do Restelo..Em 2012, o Belenenses vendeu a maioria do capital (51%) da SAD à empresa Codecity. Desde então, as duas entidades estão de costas voltadas, a equipa de futebol deixou o Restelo e o clube que preside já inscreveu uma outra equipa nos distritais e diz nada ter que ver com a SAD. Como se chegou a este ponto?.Quando, em dezembro de 2012, vendemos a maioria do capital, só o fizemos acautelando um direito de recompra por parte do clube, devidamente aprovado em assembleia geral (AG) do clube. Fizeram então a habilidade de colocar as opções de recompra num anexo ao contrato de compra e venda de ações. A esse anexo 2 chamaram acordo parassocial. Na primeira oportunidade, a administração da SAD, já liderada pela empresa Codecity, afastou o engenheiro António Soares, que era o presidente do clube, depois de na AG ter sido garantido pelo porta-voz da Codecity que o presidente do clube continuaria a ser o presidente da SAD. Esse foi o primeiro ato de gestão, o segundo foi denunciar o acordo parassocial para afastar a opção de recompra..Por que razão a direção do Belenenses não recorreu logo nessa altura para os tribunais?.Em abril de 2014, denunciaram o acordo parassocial e, logo nessa altura, o presidente António Soares escreveu uma carta de resposta à denúncia da SAD dizendo que não a aceitava e explicando as razões. Nessa carta, estabelecia-se que, se no prazo de oito dias não se retratassem e dissessem que, afinal, o parassocial estava em vigor, entravam com uma ação no tribunal arbitral, que era a entidade acordada no contrato para tratar conflitos. Não houve uma resposta da SAD, mas António Soares acabou por não recorrer para esse tribunal..E foi aí que começou o problema?.Aí começa a guerra, por inação do clube, mas só viemos a saber disso mais tarde porque houve eleições em outubro de 2014. O engenheiro António Soares recandidatou-se e o lema dele era recomprar a SAD porque não havia entendimento possível. E eu, agora posso dizer que foi de forma ingénua, disse que queria tentar chegar a acordo. Achámos que era possível criar aqui um caminho comum com a administração da SAD para que os direitos do clube fossem respeitados. E fui eu mesmo que tentei iniciar uma negociação na tentativa de fazermos um novo acordo parassocial em que estivessem plasmadas as opções de recompra..E quando percebeu que isso não seria possível?.Percebi sete ou oito meses depois. As coisas não avançavam porque do lado da SAD não havia poder de decisão, nomeadamente das pessoas com quem eu me reunia....Rui Pedro Soares não tinha poder de decisão?.Não tinha poder de decisão....Mas quem é que decidia então?.Não faço a mínima ideia. Diziam que tinham de falar com os sócios. E disse-lhes que estava ali para negociar e que me trouxessem quem tinha esse poder..Havia má-fé do lado da SAD?.Não havia interesse. A dada altura percebi que era possível negociar o menos e não o mais, mas disse-lhes que não ia negociar o menos se não nos entendemos sobre o mais, que era a opção de recompra. Só a partir daí podíamos discutir tudo o resto. No fundo, só havia expedientes dilatórios por parte da SAD. Até que propus a Rui Pedro Soares que criássemos uma comissão arbitral ad hoc, para não gastarmos dinheiro nos tribunais, em que o clube e a SAD nomeavam um elemento cada devidamente mandatados e o que viesse dessa negociação era assinado pelas partes. Disseram que era uma ideia extraordinária e fomos em frente. Nós nomeámos o presidente do conselho fiscal, o Dr. João Mourão, a SAD nomeou o Dr. Albano Sarmento, que é um advogado ligado à Codecity. Em oito meses de negociações houve duas reuniões em que o Dr. Sarmento disse que não estava mandatado para discutir uma série de questões e não levava documentos; duas ou três reuniões foram desmarcadas em cima da hora. E no final desses oito meses o Dr. Mourão fez um relatório a explicar por que era impossível haver negociações. Só no final deste percurso todo é que nós colocámos a ação no tribunal arbitral, no qual o árbitro presidente se agarrou a uma figura do direito que é o supressio, que significa que o clube tinha demorado tanto tempo a interpor a ação arbitral que se conformou e passou o prazo, apesar de nós termos feito prova em tribunal de que nesse tempo houve negociações. A SAD veio anunciar uma grande vitória, mas foi uma vergonha porque faltaram à palavra e ao compromisso assumido perante os sócios do Belenenses..Inquérito judicial valida "sociedade secreta".Nesta semana, o Tribunal do Comércio decidiu não autorizar um inquérito judicial às contas da SAD....Se fosse hoje não tínhamos colocado essa ação porque o paradigma mudou. A partir de 28 de junho, quando pegam na equipa, fogem do Restelo e vão para o Jamor, passamos a não querer mais nada com aquela SAD. Esse inquérito judicial veio dar-nos razão....Mas, se assumiram uma rutura, por que razão a direção do Belenenses estaria preocupada com as contas da SAD?.Isto ainda eram das contas da época 2015-16, porque as de 16-17 são trágicas, basta ver o relatório do revisor oficial de contas, com todas as reservas e contingências que lá coloca, nomeadamente com o não pagamento de impostos no valor de mais 340 mil euros, que levou à demissão do administrador nomeado pelo clube no dia seguinte com medo de que houvesse consequências para ele. No início de 2017, quando interpusemos o inquérito judicial, foi justamente porque o administrador nomeado pelo clube era sistematicamente desrespeitado e, como a SAD não tem reuniões do conselho de administração, via as suas questões por escrito não serem respondidas. Na assembleia geral de aprovação dessas contas da SAD, questionámos formalmente e obtivemos respostas muito superficiais. E foi então que decidimos colocar ao tribunal cerca de 20 questões objetivas que queríamos ver respondidas. Queríamos saber, por exemplo, o valor das transferências de jogadores da nossa formação, como o Dalcio para o Benfica ou o Fábio Sturgeon para o V. Guimarães. No protocolo entre clube e SAD tínhamos direito a receber 15% pelos direitos de formação, mas nunca recebemos, nem podemos passar uma fatura porque não conhecemos os valores..A SAD deve dinheiro ao clube?.Isso é completamente irrelevante nesta altura. É evidente que deve. Nós tivemos uma outra ação arbitral sobre contas e a decisão do árbitro presidente foi a de não fazer contas, recomendou-nos antes colocar tudo a zero - para se ter uma ideia, nós pedíamos 1,1 milhões de euros à SAD e a SAD pedia-nos 500 mil euros, havia aqui um diferencial a nosso favor - e definiu regras que teriam de ser cumpridas a partir de 31 de dezembro de 2016, que até favoreciam o clube. Mas continuámos a não receber nada: nem direitos de formação, nem valores das transferências, nem as despesas de luz, água e gás..A SAD utilizava o Estádio do Restelo gratuitamente?.Sim, de borla..A sua direção defende que a SAD não quer ter nada que ver com o clube. Qual é a explicação para isso?.Desde o primeiro dia que entrou na SAD, a Codecity começou a gerir o futebol como se fosse uma sociedade unipessoal, uma sociedade secreta, que este inquérito judicial veio validar. É mesmo secreta porque nós pedimos informações e a SAD defende-se dizendo que, com esse pedido, o clube quer causar-lhe prejuízos..Mas acha que há algo por detrás dessa sociedade secreta de que fala?.Não sei o que está por detrás disso. Vemos o Belenenses nos jornais associado a várias investigações. O que sei é que este inquérito judicial vem legitimar essa sociedade, alegando que há um valor que se sobrepõe ao direito à informação. E isso para mim é uma vitória porque vem validar o que estamos a fazer, pois não há condições para que sejamos sócios destes senhores. Ninguém aceita participar de uma sociedade em que não possa ter acesso à sua gestão normal, o clube não pode ficar refém desta situação o resto da vida. É fundamental que haja uma revisão da lei das SAD. Já fomos ao governo, à Assembleia da República, à federação, temos falado com a Liga, vamos agora ao IPDJ porque precisamos de saber se há um crime de ajuda de Estado a esta SAD, com o aluguer do Estádio Nacional à SAD. Para se ter uma ideia, a Associação de Futebol de Lisboa (AFL) quis fazer a final da Taça da AFL no Jamor e foram-lhe pedidos 25 mil euros, optando então por fazer esse jogo em Sacavém, sendo uma instituição de utilidade pública..Governo prometeu revisão da lei das SAD.Qual o feedback que teve do contacto com essas entidades?.Há preocupação por parte da Assembleia da República e do governo, que nos disse que na próxima legislatura estará em cima da mesa a revisão da lei das SAD, que está desatualizada porque foi feita numa altura em que os clubes tinham a maioria do capital social. Só que agora há inúmeros clubes em Portugal reféns de situações como o Belenenses, em que investidores tomam o poder e a gestão das SAD e no dia seguinte passam a gerir como se fosse uma sociedade unipessoal, mas têm de perceber que há um clube fundador..Como é que se pode controlar uma situação dessas?.Penso que é fácil. O legislador criou um sistema de fidelização do clube fundador à SAD, no qual são atribuídos vários direitos especiais ao clube, o que acontece é que não há um regime sancionatório para os casos de incumprimento. É a mesma coisa que dizermos que não se pode matar, então mas qual é a pena se o fizermos? Se não existe, continuam a existir assassínios... Tem de haver penas para os incumpridores..O Belenenses está refém dessa ausência de penas?.Não só o Belenenses, mas muitos clubes de norte a sul do país. Vários presidentes ligaram-me a dizer que se reveem naquilo que estamos a fazer porque estão na mesma situação. Há clubes dos campeonatos distritais que são controlados por investidores africanos, asiáticos, brasileiros, russos, de todas as proveniências. Não há qualquer tipo de escrutínio por parte dos capitais que estão a entrar no futebol. Tem de haver mecanismos de proteção e um regime sancionatório. Tem de haver um mecanismo de resgate à equipa de futebol por parte do clube fundador, em casos de violação de direitos, até porque o preâmbulo da lei das SAD diz que a equipa é dos clubes fundadores..O Belenenses tem 10% do capital social da SAD. O que pretendem fazer com esta participação?.O Belenenses tem o direito de recomeçar. É isso que os sócios do Belenenses querem....Mas não é um contrassenso querer recomeçar e ter 10% da SAD?.A doutrina diverge quanto a esse tema. Há coisas de que não abdicamos: não há Belenenses fora do Restelo e não podemos permitir que aquela equipa se queira confundir com o Belenenses. Aquilo já não é o Belenenses. A partir do momento que fugiram daqui com a equipa, quebraram o último vínculo connosco. Não queremos ter nada que ver com aquela sociedade e ninguém pode ficar amarrado a algo que não quer. Não abdicamos da marca, do emblema, da camisola azul ou a branca com a cruz de Cristo, que são marcas registadas na propriedade industrial em nome do Clube de Futebol "Os Belenenses". Só os estavam a utilizar por causa de um protocolo que cessou a 30 de junho. Mas esse protocolo também diz que a SAD está impedida de os poder registar. A marca é do clube desde 1919 e regressa ao clube a partir daquela data. Não vamos prescindir desses direitos..Ação para resgatar a marca e os símbolos.O que vão fazer para que a SAD seja impedida de utilizar os símbolos?.A SAD já só está a utilizar a cruz de Cristo e já percebeu que não pode vender merchandising. Quanto ao nome, na denominação da sociedade está lá Belenenses porque a lei das SAD diz que as que foram constituídas pela personalização da equipa de futebol têm obrigatoriamente de ter uma referência ao clube. Enquanto tivermos uma participação social naquela SAD... Todo o caminho que tem sido feito relativamente a esta relação com a SAD foi com a validação dos sócios, com 90% de votos a favor. Na assembleia geral deste sábado queremos validar esta venda dos 10% que o clube tem na SAD. Não tínhamos de o fazer, mas não faria sentido ter seguido todo o caminho com os sócios e agora a direção tomar uma decisão sozinha..Já existem interessados na compra dos 10%?.Ainda não estamos nessa fase. Agora vamos pedir aos sócios para interpormos uma ação judicial na propriedade industrial para resgatarmos a marca e os símbolos, que são nossos. Se a SAD contestar, cá estaremos... O clube não quer ter mais ligação àquela SAD e reserva o momento em que olhará para essa questão dos 10%, que não tem de ser agora, mas quer ficar já mandatado pelos sócios..A SAD poderá manter o nome, adotando outra designação, imaginemos... Belenenses 2018?.Creio que não porque haveria desde logo confundibilidade. Nenhuma entidade em Portugal consegue no registo comercial registar o nome Belenenses com outra coisa qualquer à frente ou atrás, sem o clube ser notificado e se poder opor a isso. Essa sociedade não poderá fazer registos com o nome de Belenenses..Qual foi a recetividade da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga em relação a esta questão?.Quer a federação quer a Liga têm de deixar de assobiar para o lado. É uma novidade para eles, pelo menos nesta dimensão, mas eu sinto que há preocupação, pois sabem exatamente o que se passa. Tenho falado com os dois presidentes e estamos expectantes para ver o que a federação e a Liga vão fazer. Sei que estão sensibilizados e preocupados com esta situação, mas isso não chega, é preciso passar à ação..Equipa profissional sem escalões de formação.Temos conhecimento de que há clubes da Liga que questionam o facto de a SAD estar a competir nos escalões profissionais sem ter escalões de formação, que são do clube. Está a par desta situação?.Nós temos sido contactados por vários clubes no sentido de fazermos comentários públicos sobre o protocolo do futebol de formação, assinado a 30 de junho de 2011 entre o clube e a SAD. É através desse protocolo que a SAD faz prova de que tem futebol de formação, apesar de a gestão e inscrição dessas equipas serem feitas pelo clube. É certo que o regulamento da FIFA obriga a que, para uma equipa poder participar em competições profissionais, tem de ter pelo menos duas equipas de formação, uma de sub-14 e outra entre os sub-15 e os sub-19. A SAD tinha através desse protocolo, que era renovado automaticamente todos os anos, exceto se o clube perdesse a maioria do capital da SAD. Aí seria obrigatório que houvesse uma negociação entre as partes, mas desde 2012-13 esse protocolo nunca foi negociado, pelo que não existe. Não há futebol de formação na SAD..A SAD tem competido na I Liga de forma ilegal?.E até já competiu na Liga Europa... Estamos preocupados com isso e temos sido abordados por clubes que competem na I Liga. Tentámos falar com a SAD para entrar numa negociação, mas esbarrámos sempre na indiferença..E qual tem sido a posição da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol?.Estão ambas informadas..Podemos estar perante mais um caso no futebol português?.Pois, não sei. Sei que estão a par de tudo, mas não faço ideia se vão atuar..Não teme que todo este problema provoque uma divisão entre os sócios do Belenenses?.Não só temo como sinto que essa divisão existe. De um lado, uma maioria de 90% dos sócios estão com o clube e querem fazer este caminho de recomeçar no campeonato distrital e fazer um caminho de verdade desportiva, de honra, de resgate dos nossos valores e da herança. As pessoas estão muito sensibilizadas para isso. Há muito apoio dos sócios e até do país desportivo... Ainda agora a equipa da SAD foi jogar a Coimbra e os adeptos da Académica tinham tarjas a dizer "honra ao verdadeiro Belenenses". E há também sócios no meio da ponte porque têm dificuldade, como eu também tenho, em compreender como se chega a uma situação destas. Mas temos de enfrentar os problemas, tomar decisões, sermos corajosos, sob pena de o clube ficar refém desta situação a vida toda..Mas com o Belenenses a jogar nos distritais não há o risco de os sócios se desinteressem do clube?.É impossível fazer o caminho que está decidido sem perder alguns sócios. Temos noção disso, mas os que vamos perder agora têm o meu respeito porque são pessoas que têm dúvidas, mas que vão voltar quando perceberem o caminho que estamos a fazer, com honra e dignidade. Vamos perder alguns, mas vamos ganhar mais. Aliás, no último mês tivemos quatro desistentes e entre novos sócios e pessoas que vieram pagar quotas antigas tivemos perto de cem pessoas..E o presidente do Belenenses vai torcer pela equipa que está na I Liga?.Eu não vou ter equipa na I Liga, o meu clube vai jogar na I Divisão distrital. Os sócios que assistirem aos jogos no Estádio Nacional têm o meu respeito, enquanto houver uma identificação com o Belenenses, mas o feedback que tenho é que a esmagadora maioria dos sócios estarão no Restelo a apoiar a sua equipa no distrital..Chegar à I Liga em apenas cinco anos.A viabilidade do Belenenses não está em risco com esta decisão radical?.Pelo contrário, acho que é uma oportunidade extraordinária. Do ponto de vista financeiro, deixamos de ter de alimentar a equipa no futebol profissional, com a qual gastávamos centenas de milhares de euros, porque a SAD não nos pagava nada. É uma poupança significativa, pois os jogos nos distritais são domingo à tarde, além da menor exigência na organização de jogos em relação à Liga..Como é que estão as finanças do clube?.Estão estáveis. Temos os salários em dia. O passivo ronda os dez milhões de euros, mas com a requalificação do nosso complexo desportivo e com o arranque do projeto do Lidl será reduzido a metade, porque a cadeia de supermercados fica responsável pela dívida ao Banif..Em que vai assentar a equipa que jogará nos distritais?.Estamos a fazer uma equipa para três ou quatro anos. Começámos por identificar perfis e decidimos contratar o Taira, nosso ex-jogador, para diretor desportivo. A escolha do treinador, o Nuno Oliveira, foi uma opção por quem conhece bem os jogadores formados no Belenenses e está identificado com os distritais. No plantel, queremos gente de combate, que ama o clube e percebe que tem aqui a grande oportunidade de ficar na história do Belenenses e do futebol português. Teremos aqui alguns vice-campeões nacionais de juniores de 2016-17 e quatro ou cinco jogadores com tarimba no futebol distrital. Queremos subir já no primeiro ano..O objetivo é estar na I Liga ao fim de cinco anos. Não é demasiado ambicioso?.É muito ambicioso, mas temos de ser escravos dos nossos objetivos, por isso é que vamos contratar gente de compromisso, verdadeiros comandos, se quiser. Não sei se será em cinco anos, mas esse é o objetivo. Queremos cinco subidas de divisão consecutivas..Quantos espectadores espera ver no Estádio do Restelo?.Infelizmente, na I Liga as assistências têm sido confrangedoras. Temos uma expectativa melhor, acredito que os sócios vão unir-se, porque quando estivemos na II Liga isso aconteceu e foi a altura em que senti mais empolgamento. As pessoas unem-se na dificuldade.