A Festa do Avante é uma opção meramente política e não devem ser os tribunais a proibi-la. O Governo devia conceder os mesmos direitos a todos os portugueses e não atribuir excepções para quem tenha um cartão do PCP ou do PS..Para que este evento não se realizasse, teria de ser o PCP ou o Governo a tomar essa decisão, por exemplo, em solidariedade com os empresários e trabalhadores que estão proibidos de desenvolver normalmente a sua atividade, como os profissionais dos eventos, ao invés de serem os tribunais a intervir..Até porque, diga-se, este não é, de longe, o pior dos nossos problemas nesta fase. Acredito que a Festa do Avante não trará quaisquer problemas para a saúde pública, porque, ideologias à parte, todos nós sabemos que o PCP é o partido português mais capacitado para organizar eventos deste género..Mas a eventual realização deste evento traz de novo à discussão algumas questões pelas quais me tenho batido. Depois do encerramento da Festa do Avante, e após se verificar que dali não surgiu qualquer surto de Covid-19, torna-se quase obrigatório que os portugueses exijam ao Governo o abandono ou, pelo menos, abrandamento de algumas medidas, inócuas e ridículas, de combate ao vírus que apenas serviram para abalar a economia do país..É fundamental que se perceba, antes que seja tarde demais, que estão a morrer mais pessoas por falta de cuidados médicos ou por outras razões derivadas das medidas anti-Covid19 do que por causa do vírus. Os cerca de 1800 portugueses que, supostamente, morreram por conta do vírus, objectivamente, na sua esmagadora maioria, tinham outras patologias associadas. Logo, será correcto afirmar taxativamente que alguém com, imagine-se, uma doença congénita em estado terminal tenha falecido devido à Covid-19?.O vírus é altamente transmissível, inquestionável, mas até ao momento as mortes que lhe estão diretamente associadas em Portugal são bem menos do que as anualmente relacionadas com os surtos de gripe. A título de exemplo, em 2018/2019, o nosso país registou um total de 3331 óbitos atribuíveis à gripe. Portugal nunca parou devido à gripe, mas, agora, com metade dos óbitos a lamentar, e ao invés de se proteger eficazmente a população acima dos 65 anos e/ou com uma débil condição de saúde, o Governo e o Presidente da República insistem em tomar opções que apenas colocam em risco a salubridade futura da nossa sociedade. A vida não pode parar sob pena de morrermos com uma "pandemia socioeconómica" para o qual nunca existirá uma vacina..Mas, dito isto, não quer dizer que seja a favor da Festa do Avante ou qualquer outro acontecimento do género enquanto o governo insistir em algumas restrições ou proibições. Não sou a favor da Festa do Avante, sobretudo até que os trabalhadores e empresários deste país sejam igualmente alvos das mesmas excepções. Mas também sou contra a sua proibição pelos tribunais, porque considero que nada temos a recear com este evento. Se tudo correr bem na Festa do Avante, como acredito que irá suceder, vamos continuar a deixar-nos manipular pelo Governo, OMS e alguma comunicação social?".Presidente do Partido Democrático Republicano e candidato a Presidente da República