O apagão de Maxi Pereira. Ex-colegas garantem que não vai desistir

Cristián Rodríguez e Artur Moraes acreditam que o defesa vai conseguir dar a voltar e entrar nas contas de Sérgio Conceição
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2003. Foi este o ano em que Maxi Pereira começou a jogar ao mais alto nível, então no Defensor Sporting, do Uruguai. De lá até junho deste ano foi sempre titular indiscutível pelos clubes onde passou, seguindo-se depois o Benfica e FC Porto. Esta época, porém, pela primeira vez não é opção para o onze. Sérgio Conceição tem apostado mais em Ricardo Pereira e Layún e o lateral direito de 33 anos tem alternado entre o banco e a bancada. Será que chegou ao fim a etapa do uruguaio na Invicta? O compatriota Cristián Rodríguez diz que não e acredita no seu regresso à titularidade. Também Artur Moraes, com quem privou nos tempos em que representou o Benfica, destaca a "garra" do uruguaio (foi titular no último jogo da sua seleção) e acredita que os dragões poderão estar a valorizar jogadores como Ricardo Pereira, o habitual titular.

"Ele nunca desiste e não vai ser desta que o vai fazer. Sei que não tem sido opção regular, mas é um guerreiro, aqui na seleção demonstra sempre essa sua atitude e tenho a certeza de que a sua situação mudará no FC Porto. Ele não é de desistir", começou por dizer ao DN o ex-jogador de Benfica e FC Porto, onde partilhou balneário com El Mono, destacando também que Maxi Pereira até já poderia ter saído dos azuis e brancos se quisesse.

"O Maxi teve possibilidades de sair, aqui no Uruguai foi público que o Peñarol tentou contratá-lo, mas o FC Porto não o deixou sair, isso também demonstra que contam com ele. Aliás, quem não quer contar com ele? É dos melhores profissionais com quem trabalhei", disse Rodríguez, tentando encontrar razões para o sul-americano não ter entrado nas opções de Sérgio Conceição para a nova temporada. "Poderá ter tido algumas dificuldades para entrar nas ideias do treinador, mas assim que as apreenda de certeza que lutará por um lugar e chegará à titularidade. É um dos melhores do mundo na sua posição", assinalou o uruguaio que ainda sonha voltar a jogar com o amigo.

"Seria um prazer. Fiquei animado com a possibilidade de ele poder ter vindo para o Peñarol, mas infelizmente isso não aconteceu. Quem sabe em breve isso acontece. Estamos juntos na seleção, mas se jogássemos juntos seria ainda melhor, torço por isso, mas sei que está feliz em Portugal e no FC Porto", referiu o jogador.

Quem também não esquece a "garra" do lateral-direito uruguaio é o ex-colega Artur Moraes, com quem partilhou balneário no Benfica. O agora guarda-redes da Chapocoense não vê Maxi Pereira a virar a cara à luta e garante que o defesa lutará sempre para jogar e ser opção do treinador. "Tem um espírito de luta incrível, uma garra extraordinária. Corre igual nos primeiros cinco minutos e nos últimos dez de cada jogo. É daqueles jogadores que todos os treinadores querem e foi por isso que o FC Porto tentou de tudo para o roubar ao Benfica. Vai dar a volta por cima a esta fase em que não tem sido opção regular nas escolhas do treinador do FC Porto", assinalou o brasileiro, destacando que algumas questões financeiras relacionadas com a valorização de outros jogadores poderão estar na base dos poucos minutos de Maxi Pereira esta temporada.

"Provavelmente a SAD do FC Porto poderá estar a valorizar algum jogador mais jovem, com talento, para depois venderem. Os clubes portugueses fazem muito isso, até porque conseguem descobrir jovens com muito valor e depois negoceiam-nos por muitos milhões. Não conheço bem a realidade atual do FC Porto, mas conheço o Maxi Pereira. Se não está a jogar é porque quem joga na sua vez é certamente excelente. Mas tenho a certeza que ele sabe esperar e que lutará para voltar ao seu lugar", afirmou o guardião.

Salário de quatro milhões

Maxi Pereira trocou o Benfica pelo FC Porto há dois anos, numa das mais comentadas transferências da temporada 2015/2016. Em final de contrato com o clube da Luz, o internacional uruguaio aceitou a proposta azul e branca e passou a ser um dos jogadores mais bem pagos do plantel e do futebol português, com um salário anual na ordem dos quatro milhões de euros brutos.

Os azuis e brancos não descartam, também por esta questão financeira, vender o internacional uruguaio em janeiro, altura da reabertura de mercado de transferências. Em agosto não o fizeram porque a principal ideia da SAD portista era negociarem Ricardo Pereira, que era cobiçado por Tottenham e Juventus. Ambos os clubes, contudo, não chegaram aos 30 milhões de euros exigidos pelo FC Porto, e nos últimos dias de mercado o clube presidido por Pinto da Costa já não conseguiu negociar Maxi Pereira. No início de 2018, no entanto, o cenário poderá ser diferente.

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