O antigo ditador nigeriano que acredita agora na democracia

Liderou uma junta militar durante 18 meses na década de 80. Três décadas depois promete defender o pluralismo, combater a corrupção e erradicar os islamitas do Boko Haram.
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As eleições presidenciais na Nigéria foram históricas. Pela primeira vez, um presidente cessante não foi reeleito desde o restabelecimento do multipartidarismo em 1999. E um muçulmano do Norte do país foi eleito com a promessa de esmagar a rebelião do Boko Haram, tendo derrotado um cristão do Sul, que se mostrou incapaz de conter a ameaça islamita, as divisões étnico-religiosas e uma vida política e económica marcadas pela corrupção generalizada.

Muhammadu Buhari, um antigo general de 72 anos, que chefiou uma junta militar no poder em 1983-1984, entendeu a dimensão do desafio que tinha pela frente, cultivando uma imagem austera e ascética. Ao contrário do presidente cessante Goodluck Jonathan, de 57 anos, que mesmo em momentos de crise, como o rapto das mais de 200 jovens pelos islamitas, em abril de 2014, demorou a reagir e se mostrou insensível aos acontecimentos.

Inicialmente marcadas para 14 de fevereiro, as eleições presidenciais e legislativas acabaram por se realizar a 28 e 29 de março. E os números falam por si: Buhari alcançou quase 55% de votos enquanto Jonathan não foi além dos 45%.

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