O 'vice' favorito dos mais conservadores

Paul Ryan, candidato republicano à vice-presidência dos Estados Unidos, é um dos líderes da nova geração de ideólogos económicos do partido, adepto do conservadorismo fiscal e admirado pelo movimento de direita Tea Party.
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Aos 42 anos, é exactamente a mesma pessoa que era aos 19, "consciencioso, muito trabalhador e com um apetite insaciável pela discussão de ideias políticas", recorda quem o conhece há mais de duas décadas.

Paul Ryan nasceu em 1970 em Janesville (Wisconsin), onde ainda vive. É o mais novo de quatro irmãos e o seu pai, advogado, morreu de ataque cardíaco quando ele tinha apenas 16 anos.

Licenciado em Ciências Políticas e Economia por uma Universidade do estado de Ohio, Ryan, católico, trabalhou no negócio de construção da família antes de começar a sua carreira política.

Apesar de jovem, não é um recém-chegado à política e desde 1999 representa o seu estado de origem no Congresso.

A primeira vez que foi eleito tinha apenas 28 anos. Atualmente preside à Comissão de Orçamento da Câmara dos Representantes.

Quando foi escolhido para vice-presidente pelo candidato republicano, Mitt Romney, considerado mais moderado em questões económicas e sociais, alguns observadores referiram que Ryan tem o perfil adequado para ajudar o adversário eleitoral de Barack Obama a mobilizar as bases mais conservadoras.

As suas ideias económicas conservadoras têm-lhe valido tanto aplausos como críticas, mas agradam sobretudo aos simpatizantes do Tea Party, um movimento ultraconservador que surgiu em 2009, logo após a eleição de Obama, quando a popularidade do Partido Republicano era muito fraca.

Os apoiantes do Tea Party defendem uma redução drástica do papel do Estado e uma diminuição do défice.

Ryan assumiu igualmente a luta contra a elevada dívida pública norte-americana como uma das suas prioridades e a política orçamental que tem defendido prevê cortes consideráveis em programas sociais e na educação.

É um opositor da reforma que Obama fez no sistema de saúde para assegurar o acesso dos mais carenciados a cuidados médicos e defende a transferência dos custos da segurança social para o setor privado.

Na primeira versão da proposta de redução da dívida que fez e que foi completamente ignorada em 2008 pelo candidato presidencial republicano de então, John McCain, só os gastos na defesa se mantinham intocáveis.

Mas o sucesso dos republicanos nas eleições intercalares de 2010, devido em boa parte ao triunfo dos candidatos do Tea Party, reforçou a posição de Ryan no Congresso.

Em temas como o aborto, Ryan também se tem mostrado mais conservador do que Romney e defende que a vida começa no momento da conceção.

Paul Ryan casou-se em 2000 com Janna Little, uma advogada que trabalhou em Washington para a consultora PricewaterhouseCoopers. O casal tem três filhos, dois rapazes e uma rapariga.

Moreno, de olhos azuis, Ryan gosta de pescar, de caçar e criou a imagem de um homem de família devoto e de um desportista fervoroso.

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