Nunca passou tanta gente pelos aeroportos portugueses
Entre os meses de verão e as férias de Natal, a segunda metade do ano é tradicionalmente mais proveitosa para os negócios do turismo e nos aeroportos é nessa altura que se regista mais movimento. Resultados que as novas rotas e frequências lançadas pela TAP prometem engordar.
Já com os números de julho apurados, Espanha revelou ontem recordes de sempre, com mais de 29 milhões de pessoas a passar pelos seus aeroportos num único mês, julho (+3,4%). Por cá, a realidade é adaptada ao tamanho do país, mas só no mês de junho (dados do Airports Council Internacional citados pelo Negócios) o tráfego no Aeroporto Humberto Delgado cresceu 9,7% face ao mesmo mês do ano passado, o que contrasta com a média dos aeroportos europeus no mesmo período, que se situou nos 4,7%.
Ainda só com os primeiros seis meses contabilizados, os sucessivos recordes fazem antecipar que este será, de novo, o melhor ano de sempre. Sem contar com o período que representa a fatia mais significativa de passageiros, e apesar das limitações de uma infraestrutura em Lisboa com lotação praticamente esgotada, o conjunto dos aeroportos portugueses está a crescer a um ritmo superior a 7,2%, quase o dobro da média europeia (4,3%).
Até ao final de junho, movimentaram-se por cá mais dois milhões de passageiros do que os registados nos primeiros seis meses do ano passado, num total que ultrapassa os 27,5 milhões de pessoas.
Lisboa, que no último ano representou o maior crescimento entre as infraestruturas geridas pela Vinci em Portugal (+9%), acumula ainda mais de metade deste tráfego, com um recorde de perto de 15 milhões de passageiros em seis meses - cerca de metade dos que passaram por Barajas, Madrid, até ao fim de julho. Mas as limitações do Aeroporto Humberto Delgado e a demora nas obras de expansão da capacidade deste e da nova infraestrutura planeada para o Montijo têm impedido que cresça com o vigor do Sá Carneiro. No Porto, o tráfego cresceu 10% nestes seis meses, ultrapassando os seis milhões de pessoas.
"Estes bons resultados refletem, em particular, a abertura de várias ligações aéreas com diferentes capitais mundiais", justificou a gestora aeroportuária na análise dos resultados do semestre, dando os exemplos do lançamento dos voos da TAP para Washington e da primeira ligação direta entre Lisboa e Doha em junho como fatores que ajudaram "o número de passageiros a aumentar 7,8% no segundo trimestre" nos aeroportos da rede Vinci em Portugal - que incluem ainda Faro (perto de quatro milhões de passageiros neste período), Madeira (1,6 milhões) e Açores (1,09 milhões). "O desenvolvimento de novas rotas é essencial para o projeto de criação de valor da Vinci", resume Nicolas Notebaert, presidente da concessionária.
jornalista do Dinheiro Vivo