Novos confrontos violentos em prisão do Equador fazem pelo menos 68 mortos

Pelo menos 68 detidos morreram em confrontos que começaram na sexta-feira (12) na mesma penitenciária de Guayaquil, sudoeste do Equador, que em setembro já tinha sido cenário de um dos maiores massacres carcerários da história da América Latina, com mais de 100 mortos.
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Neste sábado (13), a polícia local informou que pelo menos 68 presos morreram e outros 25 ficaram feridos em confrontos envolvendo gangues vinculados ao narcotráfico.

A rebelião começou na sexta-feira na penitenciária de Guayas 1, em Guayaquil, onde 119 prisioneiros tinham morrido num outro motim em setembro. Agora, os presos tentaram invadir um pavilhão efetuando disparos e usando explosivos.

A intervenção da polícia para tentar restabelecer a ordem na penitenciária "permitiu salvar vidas", declarou Pablo Arosemena, governador da província de Guayas, que tem Guayaquil como capital.

As autoridades indicaram que a violência foi intensa durante o motim na penitenciária, uma das mais importantes do país, com 8.500 presos e uma superlotação de 60%, segundo dados oficiais.

"O que aconteceu ontem, de maneira mais violenta que o normal, começou por volta das 19h00 [21h00 no horário de Brasília], quando, após um alerta, a Polícia Nacional deu início aos protocolos para poder conter a violência no interior do centro penitenciário", assinalou Varela.

Imagens divulgadas nas redes sociais, cuja autenticidade não foi confirmada pelas autoridades, mostram corpos a ser incinerados, como aconteceu em outros motins.

O governador de Guayas, por sua vez, destacou "o nível de selvajaria, o nível de falta de humanidade" por parte dos presos que atacaram um pavilhão, "não só atirando, mas realizando detonações".

Grupos de criminosos rivais, vinculados ao narcotráfico, travam nos últimos meses uma batalha violenta na penitenciária de Guayas 1. No dia 28 de setembro, 119 pessoas morreram na mesma prisão, o pior massacre na história carcerária do Equador e um dos mais graves da América Latina.

Desde então, a violência não cessou. Após a rebelião de setembro, outros 15 presos foram assassinados, o que elevou o balanço para 134 mortos até este sábado.

As rebeliões carcerárias no Equador provocaram mais de 250 mortes de prisioneiros desde o início do ano. Em fevereiro, 79 morreram em distúrbios simultâneos em quatro centros de detenção.

O massacre de setembro levou o governo equatoriano a declarar o estado de exceção para o sistema penitenciário por 60 dias (até ao fim de novembro): soldados apoiam a polícia na segurança das 65 prisões do país.

As prisões equatorianos têm capacidade para 30.000 pessoas, mas estão ocupados por 39.000, 30% acima de sua capacidade.

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