"Marcelo já negou mais vezes Pedro do que Pedro negou Cristo"

Em Nogueira de Regedoura, Santa Maria da Feira, esta quarta-feira à noite, Nóvoa entusiasmou-se com o jantar-comício que contou com cerca de 400 pessoas. "Isto é que é, agora já não há desculpas, agora é para ganhar isto." É o "tudo por tudo" nos escassos dias que faltam para o final da campanha para conseguir chegar à segunda volta.

Para "ganhar isto", o antigo reitor da Universidade de Lisboa não largou as críticas ao seu principal adversário, Marcelo Rebelo de Sousa, para de novo lhe colar a imagem de cata-vento, de quem diz uma coisa e o seu contrário.

"Onde há três meses um acordo do PS com os partidos à sua esquerda era impensável e sinal de mau perder, agora merece, confirma, reafirma a confiança e a habilidade do primeiro-ministro. Tem sido assim com tudo. Tudo o que disse, desdisse agora em campanha", atirou Sampaio da Nóvoa.

A conclusão retirou-a dos textos dos Evangelhos: "Na ânsia de se afastar dos partidos pelos quais, ainda há três meses andava a pedir o voto, Marcelo já negou nesta campanha mais vezes Pedro do que Pedro negou Cristo", disse, sendo que o Pedro negado por Marcelo é Passos Coelho, o líder social-democrata.

Numa noite em que discursaram também Alberto Souto, antigo presidente da Câmara de Aveiro e seu mandatário distrital, e Carvalho da Silva, ex-secretário-geral da CGTP e coordenador dos mandatários das causas da candidatura, Sampaio da Nóvoa disse que, quando da criação do rendimento mínimo em 1996, com o PSD de Marcelo a votar contra essa prestação social com uma "argumentação populista", Marcelo agora se limitou a dizer que "era presidente mas não mandava" e que "foi vencido pela direção" laranja. E logo Nóvoa atirou ao general: "Um presidente, seja ele de um partido ou da República, não culpa os seus soldados rasos. O exemplo vem de cima, as responsabilidades são assumidas por quem preside."