A persistência de Kipchoge valeu o recorde da maratona
"Dizem que falhamos duas vezes, mas não à terceira tentativa", disse o campeão olímpico, momentos depois de estabelecer o recorde mundial em Berlim, com a marca de 2:01.39 horas.
Inicialmente a organização avançou com o tempo em 02:01.40, mas pouco depois a marca foi retificada para menos um segundo, o que significa que Kipchoge retirou 01.18 minutos ao anterior máximo, de Dennis Kimetto (02:02.57), também em Berlim, em 2014.
"Faltam-me as palavras para descrever este dia", disse ainda o novo recordista, que, aos 33 anos, consegue aquilo que pretendia em Berlim, capital que se assume como 'palco' predileto para os recordes.
O queniano tentou também o recorde em 2017, mas não teve então boas condições meteorológicas, devido à chuva, ao contrário de hoje, dia de temperatura amena e sem vento na capital alemã.
A outra tentativa, em 2015, falhou, mas dessa vez com um problema nas sapatilhas, apesar de o atleta ter vencido a maratona.
"A força mental foi a chave. É difícil ir sozinho, mas estava confiante. Tinha dito que ia fazer a minha corrida, seguindo o meu plano, e tinha confiança", justificou no final o atleta.
O campeão conseguiu ainda a proeza de retirar 1.18 minutos à marca que persistia há quatro anos, a maior diferença desde o recorde de Derek Clayton em 1967, quando retirou 02.23 minutos ao máximo anterior.
Em Berlim, Kipchoge não só colocou a sua qualidade na 'estrada', como aproveitou o tempo perfeito que se fazia sentir na capital alemã, com temperaturas na ordem dos 20.º graus centígrados no momento da chegada, tempo seco e sem vento.
Atrás de Kipchoge ficaram os também quenianos Amos Kipruto (02:06.23) e Wilson Kipsang (02:06.48).
Kipchoge é ainda a figura principal do 'break2', a tentativa privada de baixar das duas horas na maratona, tendo terminado em 2:00.25 a experiência realizada no autódromo de Monza, em maio de 2017.
Berlim assume-se cada vez mais como o local ideal para recordes na maratona masculina, com oito dos melhores registos nas dez melhores marcas mundiais desde 1998, as sete últimas sempre na capital alemã.