Novo partido alemão admite saída de Portugal do euro

O recém-criado partido alemão minoritário de eurocéticos defendeu hoje a explusão da zona euro dos países em crise no Sul da Europa "para o seu bem" e a reintrodução das moedas nacionais na Grécia e "quiça" em Portugal.
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Numa entrevista ao jornal alemão 'Frankfurter Allgemeinen Sonntagszeitung', que será publicada na íntegra no domingo, o presidente do novo partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Bernd Lucke, sublinha que a Alemanha deve conservar o euro, ao contrário do ceticismo inical a esse respeito, "mas os países do sul da Europa não".

O AfD frisa que a reintrodução das moedas nacionais pressuporia um acordo relativo ao perdão da dívida soberana dos países que abandonassem a zona euro, apontando a Grécia como um deles, e "quiça" (talvez) Portugal.

O líder do primeiro partido eurocético alemão justifica que os países em crise teriam "a oportunidade" de recuperar a competitividade económica ao regressar à sua própria moeda.

"A saída do euro ajudaria o setor privado a recuperar a competitividade perdida", frisa Lucke.

O processo poderia ser realizado, acrescenta, com a introdução através de uma "transição suave" de "uma moeda paralela ao euro" até ser "possível material e economicamente" colocar em circulação as antigas moedas nacionais.

No entanto, economistas explicaram que a medida seria necessária, porque a nova moeda iria depreciar-se rapidamente face ao euro, com impactos nas contas públicas dos países expulsos.

Isto, porque a dívida dos últimos anos, avaliada em euros, dispararia com a nova moeda para limites "dificilmente sustentáveis".

O programa oficial do AfD garante que a "Alemanha não precisa do euro" e que "a reintrodução da marca alamã não deve ser um tabu", afirmações diferentes das avançadas por Lucke ao jornal alemão.

Segundo as últimas sondagens de opinião, o AfD não chegava aos 5% de votos necessários para ter assento no Bundestag (Parlamento alemão) nas próximas eleições gerais de 22 de setembro.

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