Um novo medicamento que pode ajudar na regressão da doença de Huntington está a criar uma onda de otimismo entre cientistas e doentes. É a primeira vez que um medicamento tem um impacto tão positivo no desenvolvimento da doença e há esperança de que possa mesmo travá-la..A doença de Huntington é hereditária e degenerativa, resultando na degradação do sistema nervoso central. Os sintomas manifestam-se geralmente entre os 30 e os 50 anos e afetam a motricidade, o equilíbrio emocional e a capacidade cognitiva..A descoberta do novo medicamento é da autoria de uma equipa da Universidade de Londres, liderada por Sarah Tabrizi, diretora do Centro da Doença de Huntington na mesma instituição..A equipa realizou já um ensaio clínico com 46 pessoas na fase inicial da doença. A cada uma foram administradas quatro doses do medicamento e os médicos não sabiam qual seria o resultado: havia receio de que as injeções pudessem causar meningites fatais..Mas o medicamento foi bem tolerado e os resultados animadores, conta Tabrizi: "Os resultados desta tentativa são de grande importância para os doentes com a doença de Huntington e os seus familiares. Pela primeira vez, um medicamento baixou os níveis da proteína tóxica responsável pela doença no sistema nervoso, e o medicamento foi seguro e bem tolerado. O objetivo agora é avançar rapidamente para um teste maior, de modo a perceber se o produto retarda a progressão da doença"..Segundo o The Guardian, o medicamento poderá ser adaptado ao tratamento de outras doenças sem cura, como Alzheimer e Parkinson..A esperança média de vida para as pessoas com a doença de Huntington é de 15 a 20 anos após o diagnóstico e a morte resulta de complicações resultantes da doença, como infeções, traumatismos cranianos ou asfixia. Muitos doentes acabam por se suicidar. Em Portugal, estima-se que cinco a doze doentes por 100 mil habitantes sofrem da doença..Está previsto que os resultados detalhados desta descoberta sejam publicados no próximo ano, segundo a BBC.