Novo líder da oposição assume funções a 14 de julho

A X Convenção do Movimento para a Democracia (MpD, na oposição), que decorrerá de 12 a 14 deste mês, vai ratificar a nova liderança de Ulisses Correia e Silva e homenagear o presidente cessante, Carlos Veiga, disse hoje fonte partidária.
Publicado a
Atualizado a

Rui Figueiredo, presidente da comissão organizadora da convenção, indicou que a reunião magna do maior partido da oposição cabo-verdiana vai decorrer em dois palcos, com as sessões de abertura e de encerramento previstas para a "arena" do Parque 5 de Julho e as sessões de trabalho na Assembleia Nacional (AN).

Numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, Rui Figueiredo adiantou que na sessão de abertura só discursará Carlos Veiga, líder do MpD em duas ocasiões (1990/2000 e de 2009 até à Convenção), enquanto a de encerramento estará já a cargo de Correia e Silva, presidente eleito nas diretas de 16 de junho.

O presidente da comissão organizadora da convenção do MpD indicou que, na intervenção final, Correia e Silva dará a conhecer as linhas mestras que orientarão o partido até às três eleições que se realizarão em 2016 - legislativas, presidenciais e autárquicas -, que o partido quer vencer.

Segundo Rui Figueiredo, o novo líder do MpD só dará a conhecer a composição das listas para a composição da Direção Nacional e do Conselho de Jurisdição no dia 13, para serem sufragadas no dia seguinte.

Sobre Carlos Veiga, salientou, a ideia é homenagear um homem que, disse, "já tem lugar na história do partido, de Cabo Verde e na história da democracia", pelo que se trata do reconhecimento a uma personalidade que "é, e será, uma referência" para o país.

Carlos Veiga é um dos fundadores do MpD, partido criado em 1990 e que, logo após a abertura política ao multipartidarismo, venceu as primeiras eleições pluralistas do arquipélago, tendo sido primeiro-ministro entre 1991 e 2001.

Regressado à vida política ativa em 2009, assumindo a liderança que deixara em 2000 para se apresentar na corrida às presidenciais de 2001 (perdidas para o ex-presidente Pedro Pires), Carlos Veiga deixou voluntariamente a presidência do partido, assegurando que cumprirá o mandato de deputado até ao fim da legislatura, em 2016.

Por seu lado, Correia e Silva, atual presidente da câmara da Cidade da Praia, 51 anos, venceu as diretas do MpD, de que era vice-presidente, e assumirá os destinos do partido a partir de domingo.

Numa entrevista recente à agência Lusa, Correia e Silva sublinhou que um bom resultado em 2016 será vencer todas as eleições, destacando que o principal objetivo é o MpD voltar ao poder, 15 anos depois.

O próximo candidato do MpD já definiu que, para tal, uma das principais prioridades é proceder a uma "profunda reforma" no MpD, um novo código de conduta, que integrará um "regime de incompatibilidade de funções", defendendo que o partido "não é, nem nunca será", um "espaço de distribuição de tachos para militantes".

Correia e Silva vai tornar-se o sexto presidente do MpD, que, além de Carlos Veiga, também já foi dirigido por Gualberto do Rosário (2000/01), Filomena Delgado (2001/02, interinamente), Agostinho Lopes (2002/06) e Jorge Santos (2007/09).

Na convenção estarão presentes 295 delegados, tendo sido convidados outros partidos, entre os quais o Partido Social-Democrata português.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt