Novo aeroporto terá até cinco candidatos
O concurso para a privatização da ANA - Aeroportos de Portugal e construção do novo aeroporto de Lisboa poderá receber até cinco propostas fortes. Essa foi pelo menos a expectativa ontem manifestada por Carlos Madeira.
O presidente executivo da Naer, que falava no Fórum do Diário Económico sobre infra-estruturas e transportes, adiantou ainda que deverá haver três consórcios com forte presença de empresas portuguesas, enquanto que os outros dois serão dominados por grupos internacionais.
Para já, apenas dois agrupamentos formalizaram o seu interesse: a Astérion, consórcio co-liderado pela Brisa e Mota-Engil que reúne várias construtoras, como a Somague, três dos principais bancos nacionais - CGD, BES e Millennium BCP, e a aliança da Teixeira Duarte com a Ferrovial para estudar uma candidatura ao projecto.
No entanto, construtoras como a Edifer e a Soares da Costa já afirmaram estar a trabalhar para integrar ou criar consórcios, apesar de ter sido recentemente desmentida uma parceria da Soares da Costa com a Efacec para o projecto.
Carlos Madeira reconhece que um investimento desta natureza - caro, moroso e complexo - não deverá atrair muitos candidatos, até porque haverá alianças, para além de que "não seria bom temos 20 concorrentes. Acho que três a cinco concorrentes será a dimensão ideal para gerir".
A Naer tem indicação do Governo para ter concluído os trabalhos preparatórios da privatização da ANA até 31 de Março de 2009. O que não quer dizer que o concurso avance no dia a seguir.
Para o presidente da Astérion, o primeiro consórcio para o aeroporto , a crise financeira vai aumentar o risco e os custos de financiamento do projecto. Isso significa, realça Rui Horta e Costa, que o projecto terá de ter capacidade de gerar mais retorno. E as questões essenciais para que essa condição seja assegurada passam pela definição e estabilidade do modelo regulatório do sector e do contrato de concessão.