Nova Expressão lança apelo a restantes acionistas da Inapa
O processo de conversão de ações preferenciais da Inapa em ordinárias, atualmente em curso, e que tornará a empresa numa das maiores da Europa no setor do papel, está a causar estranheza à Nova Expressão, tendo levado a maior acionista não institucional daquela companhia a lançar um alerta aos restantes acionistas. O problema reside nas propostas de uma das assembleias gerais marcadas para o próximo dia 15, em que "serão analisadas propostas de conversão das ações preferenciais em ações ordinárias, a uma taxa de conversão que penaliza a posição dos acionistas não institucionais e reduz o valor das ações ordinárias que adquiriram no mercado".
Com 13,2% do total das ações ordinárias e 0,45% do capital das preferenciais, a Nova Expressão SGPS defende que esse processo de conversão não é necessário no contexto da concretização do negócio de aquisição da Papyrus Deutschland GmbH & Co KG -- companhia alemã que atua na área da distribuição de papel -- que, quando acontecer, transformará a Inapa numa das maiores empresas europeias do setor.
Trata-se de uma operação de consolidação que irá reforçar o valor da Inapa e o das participações dos acionistas, considera o presidente da Nova Expressão SGPS, Pedro Teles Baltazar, que não compreende "as taxas de conversão propostas para a transformação de ações preferenciais em ordinárias, entendendo que não existem razões para que a referida conversão não seja feita por equivalência simples de uma ação preferencial por uma ordinária", avançou ao DN. Pelo que apela a todos os acionistas não institucionais a comparecerem àquela reunião, de forma a "garantirem os seus direitos e defenderem o seu investimento".
As ações preferenciais resultam de uma operação realizada há alguns anos e que então converteu a dívida da empresa nessas novas ações destinadas aos credores (várias entidades bancárias).
"Qualquer uma das propostas de conversão existentes tem como efeito direto fazer diminuir o valor das ações detidas pelos acionistas privados", afirma Pedro Teles Baltazar, lembrando que cerca de 15% do capital da Inapa estão fora das mãos de acionistas institucionais e de referência e muitos deles "têm pouca informação sobre este processo e o risco que o seu investimento corre" se a reunião de acionistas aprovar a conversão naqueles termos, que "resultará na redução do valor das ações que detêm".
O CEO sublinha que a Nova Expressão SGPS "está apostada no desenvolvimento da Inapa e no seu plano estratégico", que permitirá transformá-la num player incontornável no setor da distribuição de papel na Europa, considerando por isso ser "seu dever chamar a atenção para os riscos que os acionistas não institucionais correm".