Not Guilty: Chocolate português para pecar sem culpa

Casa Grande, fabricante de Vila Nova de Famalicão, lança nova marca e expande conceito de coffee choc
Publicado a
Atualizado a

Not Guilty é a nova marca de chocolate português, que em breve chega ao mercado para revolucionar a degustação deste fruto quase proibido. Os chocolates Not Guilty são para comer sem culpas, sem preocupações com a linha, com prazer e humor. Estas são as promessas da Onebiz, empresa de Vila Nova de Famalicão que está a implementar uma nova estratégia na Fábrica de Chocolates Casa Grande, após ter adquirido a companhia por um milhão de euros. Em simultâneo, vai reforçar o conceito coffee choc Casa Grande.

João Vítor é o gestor da Onebiz responsável por pôr a Not Guilty nas bocas do mundo e relançar a Casa Grande. O mercado português de chocolate vale perto de 300 milhões de euros/ano e a Casa Grande quer uma fatia. "Não queremos ser os primeiros, mas marcar a tendência", diz o responsável. Para já, a empresa vai apostar no lançamento da Not Guilty no segmento da grande distribuição e reposicionar a Casa Grande como marca de qualidade, mas a preços mais acessíveis. Isto porque a Casa Grande estava direcionada para um mercado demasiado elitista e essa estratégia traduziu-se em insucesso, explica.

A Casa Grande já dá nome às coffee choc da Fnac no NorteShopping e no Forum Coimbra, mas o objetivo é crescer. Segundo João Vítor, irão abrir em breve novos espaços no Porto, Lisboa e Guimarães. O plano prevê dez novas coffee choc até ao final do ano. O gestor está também a analisar pedidos de franchising, mas quer primeiro "ganhar endurance, corrigir erros" antes de expandir o negócio por esta via. Os chocolates Casa Grande estão ainda à venda nos quatro aeroportos do continente e nas lojas de biscoitos Paupério.

E se por agora a aposta está muito centrada em Portugal, João Vítor vislumbra a entrada em mercados externos. Já enviou amostras para os Estados Unidos e Chile, recebeu um empresário indiano interessado em representar a marca na Índia e concretizou pequenas vendas para Espanha e Holanda. O mercado asiático também está na mira, até porque um dos principais acionistas da Onebiz é uma empresa de Hong Kong.

João Vítor estima que, este ano, a Casa Grande registe uma faturação de 1,2 milhões de euros e atinja 2020 com um volume de negócios de 1,8 milhões. Segundo o gestor, a empresa irá gerar, neste exercício, resultados negativos de 200 mil euros, mas em 2019 deverá fechar a zero.

Da semente ao chocolate

Para diferenciar os chocolates no mercado, um dos primeiros passos foi obter a certificação UTZ, uma garantia de boas práticas desde a produção do cacau até à venda do produto ao consumidor final. "Somos contra a escravatura infantil, respeitamos as famílias dos agricultores de cacau e não utilizamos óleo de palma", assegura João Vítor, que recorda que a Indonésia está a aniquilar floresta para expandir a produção de palma. Por isso, a Casa Grande aderiu ao programa “No child labour”.

O cacau é comprado na Costa do Marfim e no Gana e transformado em chocolate na unidade de Famalicão. "Nós estamos envolvidos desde a semente" e, por esse motivo, "estamos em negociações para investir em plantações de cacau em São Tomé e Príncipe", adianta. A Casa Grande quer apostar na diferenciação e, para isso, tem feito um conjunto de experiências com aromas naturais, como laranja e limão, frutos secos torrados na unidade, e diferentes percentagens de cacau. "Queremos pormo-nos à prova no grande campeonato, sermos radicalmente diferentes", sublinha. A empresa vai lançar, ainda, manteigas de amendoim, caju e amêndoa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt