Noruega desespera por decisão da UE sobre mix energético

O futuro do mercado do gás na UE estará em jogo em 2016. Gasoduto a ligar Ártico ao continente em avaliação
Publicado a
Atualizado a

Melhor do que as opções não renováveis mas pior do que as renováveis. O fornecimento de gás na Europa depende essencialmente de três fontes: Noruega, Rússia e Argélia. Se negociar com os dois últimos apresenta alguns riscos, sejam políticos ou comerciais, Oslo sobressai como um modelo de estabilidade. Apesar disso, e por culpa de alguma indefinição no seio europeu, no próximo ano estará em jogo a resolução de um dilema energético norueguês.

Atualmente, Rússia e Noruega são os maiores fornecedores europeus de gás, com cerca de 30% de quota cada. Mas o problema está no futuro: Oslo está a braços com um investimento de alta intensidade e dimensão que, sem clientes em número suficiente, não terá qualquer retorno. "Precisamos de saber se os consumidores europeus ainda estarão lá em 2030", explica Tord Lien, ministro norueguês para o Petróleo, em declarações ao Financial Times. Se tivermos em conta que a quebra do preço do ouro negro, que deve persistir em 2016 (ver texto em cima), está a passar uma elevada fatura à economia norueguesa, percebe-se melhor a gravidade do dilema. A pergunta, no fundo, é simples: as reservas abundantes de gás que existem no mar de Barents, uma margem do oceano glacial ártico, irão servir, no futuro, a Europa? Ou, por outro lado, será que o mix energético europeu, a médio prazo, vai apostar na redução das necessidades de gás, à imagem do pensado para outro tipo de fontes energéticas?

A União Europeia tem vindo a adiar este tipo de decisões, travando a capacidade norueguesa de decidir o futuro a dar às suas extensas reservas de gás. "Recebemos sinais contraditórios dos países europeus", queixa-se Tord Lien. Mas o impasse pode estar perto do fim. O governante norueguês, contudo, estima que Bruxelas se decida rapidamente. "Acredito que teremos sinais claros da indústria europeia de que o gás ainda tem um papel importante no sistema energético do futuro", disse.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt