No último dia, Trump concede perdões a 73 pessoas, incluindo Steve Bannon
O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, perdoou e comutou hoje penas a mais de 140 pessoas, entre elas o antigo conselheiro Steve Bannon, a poucas horas de terminar o mandato.
No total, Trump concedeu perdões a 73 pessoas e comutou penas a outras 70, numa lista que inclui ex-membros do Congresso, aliados políticos, membros da sua família e até o famoso 'rapper' Lil Wayne.
"O Presidente Donald J. Trump perdoou 73 pessoas e comutou as sentenças de 70 outras", lê-se na declaração da Casa Branca.
Nem Trump nem os seus filhos estão na lista dos indultados.
Steve Bannon, de 66 anos, foi um dos arquitetos da bem-sucedida campanha presidencial de Donald Trump em 2016.
A Bannon foi-lhe concedida clemência sob acusações de desvio de fundos alegadamente destinados à construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México.
"Bannon tem sido um líder importante no movimento conservador e é conhecido pela sua perícia política", acrescenta-se na declaração da Casa Branca.
De acordo com o New York Times, Trump tomou a decisão de perdoar o seu antigo conselheiro no último minuto depois de falarem ao telefone.
A lista de outros indultados inclui o seu antigo angariador de fundos Elliott Broidy, que foi processado por uma campanha de lobby ilegal, e o rapper americano Lil Wayne, que se declarou culpado no mês passado de uma acusação de posse de arma, pela qual enfrentou até 10 anos de prisão.
Nos últimos meses, Trump, que deverá voar para a Florida na manhã desta quarta-feira, já utilizou este poder presidencial para exonerar empregados e familiares. Alguns foram condenados na investigação de um possível conluio entre a Rússia e a sua equipa de campanha em 2016.
O democrata Joe Biden toma posse hoje como Presidente dos EUA, numa Washington deserta, por causa da pandemia, e invadida por 25 mil soldados, por causa da segurança.
Na terça-feira, Donald Trump desejou felicidades ao novo governo, embora sem mencionar o nome do presidente eleito.
Trump convidou os norte-americanos a "rezarem" pelo sucesso da administração de Joe Biden, que será empossado, na quarta-feira, 46.º presidente daquele país, no discurso de fim de mandato.
"Esta semana, inauguramos um novo governo e rezamos pelo seu sucesso em manter a América segura e próspera", disse numa mensagem gravada em vídeo.
Donald Trump destacou também que deixa a Casa Branca como "o único presidente que não iniciou novas guerras em décadas".
"Estou especialmente orgulhoso de ser o primeiro presidente em décadas que não começou novas guerras", enfatizou o presidente cessante.
Trump vai quebrar a tradição e não vai estar presente na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden, deixando Washington esta quarta-feira.
No discurso, o presidente cessante ressalvou ainda as conquistas durante os seus quatro anos de mandato.
"Revitalizámos as nossas alianças", salientou, acrescentando que instou "as nações do mundo a enfrentar a China como nunca antes" e realizou "acordos de paz históricos no Oriente Médio".
Donald Trump relembrou também o assalto ao Capitólio, a 6 de janeiro, considerando que é "um ataque que não pode ser tolerado", pedindo aos norte-americanos que se "unam nos valores de partilha".