Nice quer impedir família de dar nome de terrorista a recém-nascido
O município de Nice anunciou esta sexta-feira que vai recorrer à justiça para impedir que uma família chame ao filho recém-nascido Mohamed Nizar Merah, evocando o 'jihadista' que, em 2012, assassinou sete pessoas em França: dois paraquedistas em Montauban e, em Toulouse, três crianças e um adulto numa escola judaica, além de um militar. Merah foi morto pela polícia no apartamento onde se tinha entrincheirado.
Em França, o registo civil, onde as crianças são registadas à nascença, não tem poder para interditar qualquer nome escolhido pelos pais ou tutores. Porém, a autarquia de Nice - onde morreram mais de 80 pessoas num atentado no passado mês de julho - defende que dar ao recém-nascido o nome de um 'jihadista' é contrário ao "superior interesse da criança" e pode ser considerado uma apologia do terrorismo.
Os responsáveis decidiram então alertar o procurador-geral de Justiça, revelaram em comunicado citado pela imprensa francesa, alegando que "permanecem vigilantes" depois de a cidade ter sido atingida "em cheio" por um atentado terrorista.
A procuradoria deverá tomar uma decisão nos próximos dias. Em caso de resposta alinhada com as preocupações do município de Nice, os pais do recém-nascido poderão ser obrigados a escolher outro nome para a criança ou a alterar a ordem dos nomes. A família poderá, no entanto, recorrer da decisão.