Neturei Karta ou a recusa da criação de Israel

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Mea Sharim, bairro ultra-ortodoxo não longe da Cidade Velha de Jerusalém, é o local emblemático para os membros do Neturei Karta em Israel. Mas o grupo, também conhecido por "judeus contra o sionismo" , não vive só em Mea Sharim: podemos encontrá-los em outros dois ou três bairros ultra-ortodoxos do Estado de Israel, e em cidades como Londres ou Nova Iorque.

Ao todo, não excedem os cinco mil membros, estes homens que se vestem de negro e cujas mulheres caminham um número de passos na sua retaguarda, acompanhados de uma prol normalmente numerosa. Estes "Guardiães da Cidade" - segundo o seu significado em aramaico - , são na sua maior parte descendentes de judeus oriundos da Hungria e que, no início do século XIX, se fixaram na Cidade Velha de Jerusalém. Recusam o sionismo e não reconhecem a legalidade do Estado de Israel, cuja criação - consideram -, é responsável pelo atraso na vinda do Messias. "Um Estado judaico só pode acontecer com a vida do Messias, nunca antes", afirmam. Posto isto, não surpreende que defendam o desmantelamento do Estado judaico e considerem que o único Estado válido é o da Palestina. No Governo de Yasser Arafat existia uma pasta para os Assuntos Judaicos que tinha como responsável um dos elementos do Neturei Karta de Mea Sharim, o rabi Moshe Hirsh.

Representantes do grupo são vistos a manifestarem-se contra as acções de Israel na Faixa de Gaza, na Cisjordânia ou no Líbano. Ou mesmo, como aconteceu recentemente, a visitar o Presidente do Irão.

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