Netanyahu expressa "profundo pesar" por morte de "filho pródigo" de Israel
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou hoje o seu "profundo pesar pessoal" pelo falecimento do ex-Presidente Shimon Peres, o "filho pródigo" de Israel, e convocou uma reunião especial do seu gabinete.
"O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a sua mulher, Saram, expressam o seu profundo pesar pessoal pelo desaparecimento do filho pródigo da nação, o ex-Presidente israelita Shimon Peres", lê-se num comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro.
No mesmo comunicado indica-se que Netanyahu tem previsto liderar uma reunião especial do seu gabinete de ministros, durante a qual pronunciará um discurso sobre o estadista, que morreu hoje aos 93 anos, no hospital, duas semanas depois de sofrer um acidente vascular cerebral.
O canal 10 da televisão israelita precisou que no conselho especial de ministros estabelecer-se-á previsivelmente uma comissão destinada a preparar, em consonância com o protocolo, o funeral de Estado para Peres, a qual vai ser encabeçada pela titular da pasta da Cultura, Miri Reguev.
O mesmo órgão adiantou que o funeral deve realizar-se na sexta-feira, antes do dia sabático judeu, e que antes o corpo será exposto no parlamento (Kneset) para que os israelitas possam prestar-lhe homenagem.
Além disso, é esperada a participação de proeminentes líderes e políticos internacionais na cerimónia fúnebre.
Organizações judias norte-americanas também já manifestaram as suas condolências pela morte de Peres. "O povo de Israel e na diáspora despede-se com dor e amor a um líder", afirmou o chefe do Partido Trabalhista, Isaac Herzog.
Por seu lado, o titular da pasta da Educação, Naftali Bennet, de direita, afirmou que Peres "escreveu a história com as suas próprias mãos".
O ministro do Interior e líder do partido ultraortodoxo sefardita Shas, Arie Deri, que visitou Peres no hospital na passada terça-feira, assinalou que o seu desaparecimento "representa uma grande perda para o povo judeu e para o estado de Israel".
O rabino do Muro das Lamentações, Shmuel Rabinovich, considerou que "Peres foi o último dos defensores da verdade".
Peres era o último sobrevivente da geração dos "pais fundadores" de Israel e ocupou quase todos os mais importantes cargos políticos em Israel: foi ministro de várias pastas em diversos governos, primeiro-ministro interino, primeiro-ministro e Presidente (2007-2014).
Em 1994, foi distinguido com o prémio Nobel da Paz, a par com o então primeiro-ministro israelita, Isaac Rabin, e o líder palestiniano Yasser Arafat, pelo seu papel na negociação dos acordos de Oslo, assinados em 1993.