Nem por um milhão de dólares. Mujica recusa vender o seu Carocha
O presidente do Uruguai, José Mujica, disse que "nunca" venderá o seu Carocha, que se tornou num símbolo do seu modo de vida austero. É esse o carro que conduz diariamente para fazer o percurso entre a sua chacra (pequena quinta) e o palácio presidencial, em Montevideu.
"Nunca o poderíamos vender porque foi uma oferta de amigos, que fizeram uma coleta para nos dar este presente", afirmou Pepe, como também é conhecido, falando também em nome da sua mulher, a senadora Lucía Topolansky. A declaração foi feita na sua alocução semanal na rádio, intitulada "Fala o presidente". Se o vendesse, referiu, "ofenderia" esses amigos.
Mujica revelou ainda mais pormenores da sua paixão pelos Carocha, dizendo que a primeira vez que viu um, nos anos 1950, o achou "horrível". Contudo, "ao fim de alguns anos, quando tentávamos mudar a sorte do mundo em que vivemos, apaixonámo-nos por eles", explicou o ex-guerrilheiro de 79 anos, que está no poder desde 2010 e que em março entrega o poder ao sucessor, que será eleito na segunda volta das presidenciais, a 30 de novembro.
Além do modelo azul-celeste, de 1987,o presidente mais pobre do mundo revelou ainda ter um segundo, que já está velho e não anda, estando numa garagem da sua chacra.
Na semana passada, a revista Busqueda tinha revelado que o presidente uruguaio tinha recebido uma oferta de um milhão de dólares pelo carro - que o próprio avaliou, na sua declaração de bens, em 70 mil pesos (2850 dólares). A oferta terá sido feita durante a cimeira G-77+China, que decorreu em Santa Cruz, na Bolívia.