Nem corpo de Alexandre nem maldição: desvendado o mistério de sarcófago negro

O enorme sarcófago de granito preto, com 30 toneladas e selado há mais de dois mil anos foi descoberto em Alexandria no início do mês.
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O mistério era grande. Afinal, tratava-se da descoberta de um enorme sarcófago de granito preto, com 30 toneladas, selado há mais de dois mil anos. O túmulo foi encontrado no início do mês na cidade de Alexandria, no Egito, e as especulações não tardaram. Suspeitava-se de que poderia conter os tão procurados restos mortais de Alexandre, o Grande ou até uma maldição mortal.

O sarcófago "escondia", no entanto, três esqueletos envoltos em água suja, muito provavelmente de esgoto, e um cheiro nauseabundo. O túmulo continha uma fenda e estava situado nas proximidades de um esgoto. Infelizmente, a água acelerou o processo de decomposição dos restos mortais.

"Encontrámos os ossos de três pessoas. Infelizmente as múmias não estavam nas melhores condições, apenas restam os ossos", afirmou Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, citado pela BBC.

Acredita-se que os esqueletos agora descobertos pertencem a soldados. Um dos crânios revela, aliás, uma ferida, provavelmente provocada por uma flecha, de acordo com Shaaban Abdel Amonem, um especialista em mumificação que participou na abertura do sarcófago, avança o The Guardian .

Waziri aproveitou para descansar todos aqueles que acreditam que ao mexer num túmulo são amaldiçoados. "Abrimos [o sarcófago] e, graças a Deus, o mundo não caiu nas trevas. Fui o primeiro a colocar toda a minha cabeça dentro do sarcófago... e aqui estou eu diante de vocês... estou bem", assegurou.

O túmulo com quase três metros de comprimento e dois de altura foi encontrado num local de obras na cidade de Alexandria ao lado de uma cabeça de alabastro branca, semelhante a mármore, que se julga representar um dos esqueletos do sarcófago.

Os restos mortais encontrados vão agora ser analisados de forma a identificar a causa da morte e o período a que pertencem e posteriormente vão ser transferidos para o Museu Nacional de Alexandria.

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