Negociações para acordo de comércio livre começam hoje
O representante para o Comércio Externo norte-americano, Michael Froman, e o negociador europeu Ignacio Garcia Bercero vão lançar oficialmente o processo e conduzir a primeira semana de reuniões.
O acordo, que vai criar a maior zona de comércio livre do mundo, com quase 820 milhões de pessoas, foi apresentado por Bruxelas e por Washington como um acelerador de crescimento económico e emprego.
A fase prévia às negociações, que se devem prolongar por cerca de dois anos, ficou marcada pela exigência francesa de excluir o setor audiovisual do acordo, contra a posição da Comissão Europeia.
Porque o mandato negocial exigia o consenso dos 27, a chamada "exceção cultural" acabou por ser aceite, mas na condição de a Comissão poder voltar à questão se for necessário.
Por outro lado, o início das negociações chegou a ser posto em causa depois das revelações sobre escutas norte-americanas a edifícios oficiais da UE e a embaixadas de vários países europeus.
A França pediu uma suspensão temporária do processo, mas acabou por recuar depois de a Alemanha propor que se realizem conversações sobre a proteção de dados dos europeus em paralelo com as negociações para a chamada Parceria Transatlântica de Investimento e Comércio (TTIP, na sigla em inglês).
Entre hoje e sexta-feira, duas dezenas de grupos de trabalho vão discutir o mercado agrícola, telecomunicações e comércio eletrónico, meio ambiente, serviços financeiros e transportes. A regulação e a proteção de investimentos são apontados como os aspetos mais importantes das negociações.