O ministro da Saúde disse esta segunda-feira que "tudo será resolvido com diálogo" e que vão ser encetadas "nas próximas semanas" negociações com os farmacêuticos, profissionais que disse serem essenciais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).."Há problemas a resolver na carreira dos farmacêuticos, quer na transição dos farmacêuticos para a nova carreira que foi criada, quer na valorização profissional e/ou monetária. É uma negociação que vamos encetar agora que está ultrapassada a greve", disse Manuel Pizarro..Aos jornalistas, no distrito do Porto onde foi hoje inaugurar o Serviço Farmacêutico do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), o governante garantiu que as negociações começarão "nas próximas semanas" e elogiou os farmacêuticos como "essenciais para o SNS".."Vamos encetar [essas negociações] nas próximas semanas. É mesmo necessário, às vezes, dar um bocadinho de tempo ao tempo. Estivemos concentrados no complexo processo da área da carreira farmacêutica que é o início da Residência Farmacêutica. Estivemos dedicados à Residência Farmacêutica, a definir as vagas, a seguir encetaremos as conversações necessárias para resolver os problemas", adiantou o ministro da Saúde..Manuel Pizarro destacou que o Governo criou a carreira do farmacêutico hospitalar, "uma antiquíssima reclamação da classe que não existia", e recordou que em janeiro de 2023, 143 farmacêuticos vão iniciar o seu percurso na Residência Farmacêutica.."Este é um esforço muito significativo que tem de ser bem notado", frisou..Confrontado com casos de farmacêuticos que mostram ter dificuldades de enquadramento na carreira, explicou que "o que acontece em alguns casos é que algumas pessoas que acederam à Residência Farmacêutica eram pessoas que já estavam colocadas nos hospitais em outras posições da carreira" e garantiu que "tudo será resolvido".."Isso vai ser resolvido com diálogo com as instituições que representam os farmacêuticos e com diálogo com as instituições o SNS. Não vai ser criada nenhuma disrupção nessa matéria. O nosso objetivo é melhorar a qualidade com que as pessoas exercem a sua profissão. Os farmacêuticos são, como tantos outros profissionais, essenciais para o SNS", disse..Os farmacêuticos dos serviços públicos e saúde cumpriram, na semana passada e em outubro, duas greves para exigir a revisão das grelhas salariais, que datam de 1999, e a contagem integral do tempo de serviço para progressão na carreira..A greve abrangeu todos os serviços de saúde dependentes dos ministérios da Saúde, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Defesa Nacional, assim como nos Açores e na Madeira..Além da valorização profissional e da contagem integral do tempo de serviço no SNS para efeitos de promoção e progressão na careira, estes profissionais exigiram também a vinculação efetiva dos farmacêuticos a exercer no serviço público com contratos precários e a adequação do número de profissionais às reais necessidades e complexidade das atividades desenvolvidas..No pré-aviso de greve, era igualmente exigido o reconhecimento e homologação, por parte do Ministério da Saúde/Administração Central do Sistema de Saúde, dos títulos de especialista atribuídos pela Ordem dos Farmacêuticos, assim como a definição e regulamentação "do processo especial e transitório para regularização do acesso à especialidade/residência farmacêutica por parte dos farmacêuticos contratados após 01 de março de 2020"..Em agosto, o Governo anunciou a abertura de candidaturas para o concurso de ingresso no programa de Residência Farmacêutica para 2023, que se destina a farmacêuticos que pretendam obter o título nas áreas de análises clínicas, farmácia hospitalar ou genética humana.."Os candidatos ao procedimento concursal, aberto pela Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS), ficarão habilitados à realização de exame, agendado para dia 29 de setembro, para ocupação de uma das 143 vagas disponíveis para o programa de formação nesta área", adiantou o Ministério da Saúde, citado em comunicado.