Nega da banca sobre ajuda à Grécia arrasta cimeira

A falta de um acordo com os bancos internacionais sobre a reestruturação da dívida grega é a "pedra no sapato" que está a prolongar os trabalhos da cimeira da Zona Euro em Bruxelas.
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(última actualização às 02h40)

De acordo com a mesmas fontes ouvidas pela Lusa, entre os 17 há consenso sobre as linhas gerais das grandes matérias que estiveram em discussão, designadamente a solução para a Grécia, a recapitalização dos bancos e o reforço do fundo de resgate, mas são as difíceis negociações que ainda decorrem, à margem da cimeira, com a banca que estão a impedir a conclusão de um pacote de medidas.

Em causa está o envolvimento dos privados, a percentagem do perdão da dívida - que poderá chegar aos 60 por cento - e, sobretudo, o carácter voluntário, indicaram as mesmas fontes.

Os trabalhos na cimeira estiveram mesmo suspensos e decorrem reuniões paralelas, aguardando-se ainda durante a madrugada um compromisso com o Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa a banca nas negociações em Bruxelas.

Em comunicado, o presidente do IFI, Charles Dallara, indicou ao final da noite que não havia "qualquer acordo relativo à Grécia, nem quanto a qualquer reestruturação", mas manteve a porta aberta a um diálogo que prossegue de madrugada, e que segundo fontes diplomáticas tem necessariamente de conduzir nas próximas horas a alguma solução para a questão grega, ainda que em traços gerais e a ser depois concluída ao nível dos ministros das Finanças.

O resto do Mundo, e designadamente os mercados financeiros, estão com os olhos em Bruxelas, onde era esperada para esta quarta-feira uma resposta global e concreta para restaurar a confiança na Zona Euro.

No início dos trabalhos, ainda a 27, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram a acordo alcançado sobre a recapitalização dos bancos, que estipula a data de 30 de Junho de 2012 como o prazo limite para os bancos europeus atingirem um rácio de capital 'core tier 1' de 9 por cento.

Já de noite, e numa cimeira a 17, os líderes europeus terão chegado a acordo sobre o aumento do fundo de resgate europeu para um bilião (milhão de milhões) de euros, segundo fontes diplomáticas.

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