"Emoção e indignação no reviver de uma tragédia", escrevia o DN em parangonas. "O barco que afundou o arrastão João Álvares Fagundes não tinha a bordo gente digna" (escrevia-se "Alves" por lapso)..Foi desta forma, e sob o título "As horas mais salgadas dos homens do mar", que o Diário de Notícias de 26 de março de 1965 noticiava o regresso a Lisboa dos sobreviventes do naufrágio na Terra Nova do bacalhoeiro português, abalroado por uma embarcação islandesa. Homens que não escondiam a revolta por aquilo que, segundo contavam, passaram em alto-mar. Lia-se no DN:."Devo, antes de mais, deixar registada a atitude assumida pelo comandante e tripulação do arrastão islandês 'Narfla' pela ignorância total dos princípios da salvaguarda e dignidade pela vida humana e que é contrário à maneira de ser do homem do mar, que mesmo contra os seus inimigos está sempre pronto a sacrificar a vida em defesa da vida do próximo"..Foram estas as primeiras palavras que ouvimos da boca do imediato do arrastão "João Álvares Fagundes", abalroado e metido a pique pelo barco islandês nos pesqueiros do Labrador..Desse naufrágio morreria um homem. Os restantes tripulantes seriam salvos e viajariam de avião para Portugal dias depois.