Natal dos Hospitais

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O Natal dos Hospitais é um clássico. Todos os anos se realiza nos mesmos hospitais. Todos os anos leva à televisão as mesmas caras da RTP. Todos os anos leva à festa os mesmos cantores idolatrados pelo povo. E todos os anos, apesar de todos os anos ser assim, é um sucesso de audiências. A iniciativa, organizada pelo DN, continua hoje a ser um culto. Mas é também uma inevitabilidade televisiva. Quando foi criado, a 23 de Dezembro de 1944 pelo Diário de Notícias, o Natal dos Hospitais era um projecto inovador, que visava dar mais ânimo aos "inválidos" (até a palavra saiu de moda) hospitalizados. Hoje tudo mudou. Os acamados continuam a precisar de alegria e de esperança para encarar melhor os dias, mas a festa é apenas mais uma maratona televisiva, um programa que, na sua substância, nada tem de diferente das outras galas que se organizam durante todo o ano, a propósito de qualquer outro pretexto. Mesmo assim, o público português reconhece-lhe credibilidade. O Natal dos Hospitais é, verdadeiramente, o Telejornal das galas de entretenimento. Na passada quinta-feira, dia da sua exibição, o programa foi visto por 326 mil entre as 09.00 e as 13.00 e por 657 mil entre as 14.00 e as 20.00 (admito que a maior parte dos que o viram à tarde já tinham visto de manhã). No domingo, a RTP passou, em três horas, um compacto da festa. Mais meio milhão de espectadores. Terão sido os mesmos? Gostarão assim tanto de Tony Carreira e de Romana? Ou terão sido outros, que viram no domingo o que tinham perdido no dia de semana? Não sabemos, mas mais de um milhão de espectadores não é coisa pouca...

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