NASA lança na sexta-feira sonda espacial Juno
A sonda, alimentada por energia solar e que custou 1,1 mil milhões de dólares (763 milhões de euros), deve iniciar a odisseia de cinco anos em direcção ao maior planeta do sistema solar às 6:34 (11:34 hora de Lisboa) de sexta-feira a bordo de um foguetão Atlas V.
O objectivo é descobrir a quantidade de água no planeta, o que motiva os seus enormes campos magnéticos e se existe um núcleo sólido sob a sua atmosfera densa e quente. "Se queremos compreender de onde vimos e como se formam os planetas, é Júpiter que devemos estudar porque é este que detém o segredo", disse Scott Bolton, investigador do programa científico Juno. "Queremos conhecer a lista de ingredientes. Queremos descobrir a receita de formação destes planetas", indicou o investigador.
Em 1989, a NASA lançou a sonda Galileo, que entrou na órbita de Júpiter em 1995 e se desintegrou em 2003. Outros engenhos espaciais da NASA, como o Voyager 1 e 2, Ulysses e New Horizons também estudaram o quinto planeta do sistema solar. Mas desta vez, a sonda Juno irá mais perto do que algum outro já foi, indicou o especialista. "Ficaremos a apenas 5.000 quilómetros do planeta", acrescentou.
Por outro lado, esta será a sonda mais longínqua a ser movida a energia solar, já que irá percorrer 3,2 mil milhões de quilómetros em direcção ao exterior do sistema solar. Júpiter está cinco vezes mais longe do Sol do que a Terra. Esta será a primeira de três grandes missões astronómicas da NASA nos próximos quatro meses e tem como alvo o maior e provavelmente mais antigo planeta do sistema solar. Júpiter é tão grande que poderia conter em si mesmo todo o sistema solar, excepto o Sol.
Além de Júpiter, também Saturno, Úrano e Neptuno são considerados planetas gasosos. O nome Juno representa aquela que, na mitologia romana, é ao mesmo tempo mulher e irmã de Júpiter.