"Não vejo um jogo do Grand Slam há anos, não consigo"
É verdade que vai voltar à arbitragem?
Vou recomeçar. O objetivo é fazer aquilo que eu sei fazer melhor, mas não como árbitro e sim como juiz- árbitro. A minha ambição não é voltara a fazer torneios do Grand Slam. Estou a pensar no futuro. Tenho 53 anos e quero ver se volto a Portugal daqui a uns três/quatro anos para fazer o que gosto. Quero fazer um pé de meia e ter uma reforma agradável para sobreviver.
Porquê agora? Afinal já passaram 13 anos desde que saiu...
Foi uma decisão ponderada. O principal motivo é pensar que quero que o meu filho estude em Portugal. 2015 foi um ano muito difícil e fez--me pensar muito. Um dia acordei e pensei que era o momento de regressar ao ténis. Senti e sinto falta do ténis. Não vejo osGrand Slam na televisão há muitos anos, não consigo, começo a lembrar-me daquele ambiente e da vida boa que tinha...
Mas basta querer para regressar?
Tenho de tirar o curso (já dia 16 em Hamburgo). Tentei falar com a Federação Internacional do Ténis para retomar a minha carreira de juiz-árbitro, mas exigem que faça tudo desde o início. Ainda hesitei, mas depois falei com a Federação Portuguesa de Ténis, que me conseguiu inscrever no limite do prazo e pagou as 100 libras da inscrição. Engraçado que eu dei o curso às pessoas que me vão dar a mim. Tenho estado a rever a matéria e a estudar, entusiasmado, como uma criança antes de ir para a escola. Se passar, posso começar a fazer torneios de juniores, veteranos e de cadeira de rodas. Depois tenho de cumprir os mínimos e candidatar-me aos Futures... Esse é o meu objetivo. Os Grand Slam já não são para mim.
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